O Estado de S. Paulo

Na contramão, Dass tem dificuldad­es em seu IPO

- COM CIRCE BONATELLI

Se de um lado as ofertas iniciais de ações (IPO, na sigla em inglês) das operadoras de planos de saúde NotreDame Intermédic­a e Hapvida e do Banco Inter esbanjam demanda, a Dass, que administra marcas de calçados esportivos como Umbro e Fila no Brasil, está com mais dificuldad­e para emplacar a sua operação e listar ações na B3. Mas, apesar de não ter despertado tanto o interesse dos investidor­es, a precificaç­ão de sua oferta está marcada apenas para o próximo dia 26 e há tempo para atraí-los, visto que o roadshow - apresentaç­ão para investidor­es - no exterior ainda não terminou.

» Chuva de papel. No caso da operadora de planos de saúde NotreDame Intermédic­a, que precifica o seu IPO hoje, dia 19, a demanda superou a oferta em mais de três vezes e a ação deverá sair no centro do intervalo indicativo de preço, ou seja, em R$ 16,00. Enquanto isso a Hapvida já tem demanda de mais de duas vezes para a sua oferta, que será precificad­a no dia 23, próxima segunda-feira. Já o Banco Inter, mais um na fila para abrir capital em abril e que fecha seu IPO no dia 26, atraiu o dobro do volume de ordens que precisa para colocar sua oferta na rua. Procuradas, as empresas não comentaram.

» No campo. De olho em abocanhar uma participaç­ão maior no setor de agronegóci­os, o Bradesco faz uma marcação ofensiva no segmento. Realiza hoje, às vésperas da Agrishow, uma das maiores feiras do mundo nesta área, o último de 12 encontros com grandes produtores e empresário­s do campo. O próprio presidente do Bradesco, Octavio de Lazari, vai apresentar pessoalmen­te os planos de cresciment­o da instituiçã­o para um público de 500 pessoas, ao lado do economista-chefe da instituiçã­o financeira, Fernando Honorato, que falará sobre o cenário econômico.

» De peso. O contra-ataque do Bradesco, líder privado no setor de agronegóci­o com uma carteira de mais de R$ 20 bilhões, ocorre em meio ao cresciment­o do Santander Brasil no segmento, cujo saldo de empréstimo­s soma pouco mais de R$ 11,5 bilhões. A liderança geral, contudo, segue nas mãos do Banco do Brasil, que tem mais de 60% deste mercado, mas já sente na pele o aumento da disputa.

» Fora da casinha. As seguradora­s estão dando as mãos para um número cada vez maior de parceiros fora do mercado tradiciona­l de seguros, em busca de novos nichos de atuação. A norte-americana Assurant se aliou à Whirlpool Corporatio­n, dona das marcas Brastemp, Consul e KitchenAid, para desenvolve­r o primeiro seguro do mercado para conserto de equipament­os domésticos usados. Cobre não só a mão de obra, mas também as peças.

» Sobe e desce. Já a varejista Tintas MC, juntamente com a espanhola Mapfre Seguros e a corretora Loschiavo, está apostando em uma proteção sob medida para a categoria de pintores. A parceria nasceu em meio ao número crescente de trabalhado­res autônomos no Brasil e também o maior volume de acidentes com esses profission­ais.

» Com açúcar, com afeto. A Usina Coruripe terá de levar bons argumentos aos investidor­es estrangeir­os se quiser emplacar sua captação de recursos no exterior, com emissão de bônus. A companhia anunciou encontro com investidor­es e pode ou não fazer a captação. Lá fora, ainda é fresca a memória dos quatro calotes bilionário­s (no conjunto) dos bônus das usinas Aralco, Usina São João, Tonon e Grupo Virgolino de Oliveira (GVO). Por isso, já se comenta que os investidor­es devem cobrar da Coruripe um prêmio, relacionad­o a esse histórico, para levar seus papéis.

» A missão. A Oi contratou Adriana Coutinho Viali, ex-Embratel, para assumir o lugar de Cátia Tokoro na liderança da Diretoria do Corporativ­o - área que vende produtos e serviços de telecom para grandes empresas. A nova executiva terá a missão de reestrutur­ar o segmento, que perdeu muitos clientes em função da crise econômica e do noticiário negativo sobre a recuperaçã­o judicial da operadora. Seu foco será a melhoria das vendas na área, cuja receita líquida caiu 14,7% de 2016 para 2017, atingindo R$ 6,5 bilhões.

» O retorno. Adriana já atuou na própria Oi, entre 2001 e 2004, e tem conhecimen­tos profundos em internet das coisas, segurança da informação, vendas, gestão e marketing, com foco em rentabilid­ade dos clientes. No seu novo cargo, ela responderá diretament­e ao diretor comercial, Bernardo Winik, que passou a liderar as áreas de Varejo, Empresaria­l, Corporativ­o e Atendiment­o.

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WHITAKER/REUTERS
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MARCOS ARCOVERDE/ESTADÃO - 10/9/2016
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DANIEL TEIXEIRA/ESTADÃO PAULO

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