Facebook pedirá permissão para usar dados sensíveis de usuários
Rede social tenta se adiantar à nova lei de proteção de dados pessoais, que entra em vigor em maio na Europa
A rede social Facebook anunciou ontem que começará nesta semana a pedir a permissão dos usuários de países da União Europeia para direcionar anúncios com base em dados pessoais sensíveis, como orientação política, religiosa e sexual. Além disso, os usuários terão de consentir o uso da foto de perfil no recurso de reconhecimento facial, que identifica a presença do usuário em fotos de amigos. Trata-se de uma tentativa da rede social de se adequar às novas normas da nova regulação europeia de proteção de dados (GDPR, na sigla em inglês). Os novos controles, porém, serão oferecidos a todos os 2,13 bilhões de usuários do Facebook no mundo nos próximos meses.
A mudança acontece pouco mais de um mês antes de a GDPR entrar em vigor na União Europeia, em 25 de maio. A lei proíbe qualquer empresa de tecnologia de utilizar dados pessoais sem permissão explícita. Além disso, as mudanças são reflexo do escândalo sobre o uso ilícito de dados de 87 milhões de usuários pela consultoria britânica Cambridge Analytica.
Consentimento. As mudanças, porém, chegam sob críticas nos Estados Unidos e Europa. O Facebook não colocou nas telas a opção de negar o uso dos dados pessoais pela rede social. Em vez disso, o usuário tem a opção de tocar em “Aceitar e continuar” ou “Gerenciar configurações de dados”. Segundo o site Business Insider, se o usuário tocar na segunda opção, ele é levado a uma segunda tela com argumentos sobre porque ele deveria permitir o uso de seus dados pessoais pela rede social. Só depois ele tem acesso a um botão que permite negar a permissão ao Facebook.
De acordo com o Facebook, a rede social pedirá a todos os usuários que consintam o uso de dados obtidos por terceiros – como a partir de sites que usam o botão Curtir – para direcionar anúncios. O Facebook também vai pedir permissão a todos os usuários para usar o recurso de reconhecimento facial – no Canadá e na União Europeia, o recurso havia sido tirado do ar há anos.