O Estado de S. Paulo

Emprego formal tem terceira alta seguida

Em março, foram criadas 56,1 mil vagas, melhor resultado para o mês desde 2013

- Eduardo Rodrigues / BRASÍLIA / COLABORARA­M DANIEL WETERMAN E CAIO RINALDI

O emprego com carteira assinada voltou a crescer, pelo terceiro mês consecutiv­o, em março. O Brasil abriu 56.151 vagas de trabalho formal no mês passado, de acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desemprega­dos (Caged) divulgados ontem pelo Ministério do Trabalho. Foi o melhor resultado para o mês desde 2013.

Apesar de positivo, o desempenho do mês passado foi inferior aos resultados registrado­s em fevereiro (65.058 vagas) e janeiro (82.855 vagas), já consideran­do o ajuste nos resultados desses meses. Mesmo assim, o presidente Michel Temer usou o Twitter para comemorar o resultado. “O Brasil não para de criar empregos com carteira assinada”, escreveu. “O Brasil voltou e está mais forte. Os empregos voltaram. Fruto da política econômica e social que adotei e que não pode sofrer retrocesso­s.”

Na avaliação de Fábio Romão, economista da LCA Consultore­s, a perda de ritmo da geração de emprego é um reflexo da retomada mais lenta da economia que o esperado pelos analistas. “A avaliação é de que os sinais parecem cada vez mais claros de que o ritmo de retomada da atividade é mais gradual do que se imaginava”, disse.

O analista verificou uma melhora do emprego formal no ano na comparação com o ano passado: “Sabemos que, em 2017, boa parte dessa retomada gradual se deu pela informalid­ade. Agora, está passando a melhorar o formal, mas é muito gradual.” A LCA manteve a projeção de criação de 800 mil a 1 milhão de vagas formais neste ano. O governo, porém, vem trabalhand­o com números bem mais otimistas. Em janeiro, o então ministro da Fazenda Henrique Meirelles estimou a criação de 2,5 milhões de vagas formais.

Quem puxa. O resultado de março foi puxado pelo setor de serviços, que gerou 57.384 postos formais, e pela indústria de transforma­ção, que abriu 10.450 novas vagas com carteira assinada. Em seguida, tiveram desempenho­s positivos a construção civil (7.728 vagas), a administra­ção pública (3.660), a extração mineral (360) e os serviços industriai­s de utilidade pública (274). Por outro lado, tiveram saldo negativo a agropecuár­ia (17.872 postos) e o comércio (5.878).

Já o salário médio de admissão nos empregos com carteira assinada teve alta real de 1,07% em março ante fevereiro, para R$ 1.496,58. Na comparação com o mês de março do ano passado, houve alta de 2,26%. O maior salário médio de admissão em março ocorreu na extração de minério, com remuneraçã­o de R$ 2.120,71. Na sequência aparece a administra­ção pública, com R$ 2.029,52. Já o menor salário médio de admissão no mês passado foi registrado na agropecuár­ia, com R$ 1.264,23.

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DARIO OLIVEIRA/ESTADÃO - 28/2/2018 Devagar. Segundo analistas, retomada do emprego é lenta

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