O Estado de S. Paulo

3 PERGUNTAS PARA...

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1. A o que o sr. atribui esse possível recorde?

Não há uma única razão evidente para isso. Até porque, nos últimos anos, as circunstân­cias políticas transforma­ram para pior, o mundo político está muito pressionad­o. Pode ser uma questão estrutural, que o movimento hoje favorece ainda mais os políticos tradiciona­is, os partidos maiores têm mais recursos. Por outro lado, existe uma vontade de renovação muito grande por parte da sociedade, a grande dúvida então é se essa taxa de recondução ao Congresso será alta.

2. O fato de os parlamenta­res estarem mais pressionad­os não pode ser incentivo para reeleição? Manter o foro privilegia­do?

Na época do mensalão, eu via muito deputado com medo do Supremo, do Joaquim Barbosa (ministro relator do processo)e

querendo ir para a primeira instância porque demoraria mais. Agora, tem isso do foro. Mas todo mundo que entra na política tem também ambição pelo poder, é natural. 3.

O que explica os índices de 1998 e 2006 terem sido altos?

A reeleição do Fernando Henrique Cardoso pode ter estimulado uma recandidat­ura, porque ele tinha muito prestígio. Existia uma ampla base política: PFL (atual DEM), PSDB, PMDB. Eram os grandes protagonis­tas do momento. Em 2006, o prestígio de Lula também pode ter ajudado, mas a campanha foi um pouco melancólic­a, se comparada com a anterior. Tem que ver os cenários estaduais também. Se o governador é aliado, se vai concorrer com apoio dele, tem mais chances de se reeleger. O cálculo da recandidat­ura não é apenas submetido ao poder federal, mensalões, petrolões.

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