Adversários já elegem ex-ministro do Supremo como alvo
Mesmo antes de assumir oficialmente a pré-candidatura ao Palácio do Planalto, o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa (PSB) entrou na mira dos outros presidenciáveis. Adversários elegeram o pessebista como alvo de ataques após ele figurar entre os quatro primeiros colocados na última pesquisa Datafolha, oscilando entre 8% e 10% nas intenções de voto.
A avaliação entre os concorrentes de Barbosa, com base nos dados do levantamento, é a de que ele tem potencial para roubar votos nos dois campos políticos. Na direita, pelo discurso de combate à corrupção e por sua atuação no julgamento do mensalão do PT. Na esquerda, pelo discurso em defesa do combate às desigualdades sociais e pelo próprio partido ao qual se filiou, que é de centro-esquerda.
Os pré-candidatos pretendem atacar Barbosa explorando decisões do ex-ministro em julgamentos do Supremo e sua apregoada falta de habilidade política. “Ele é uma novidade. Mas todo mundo quando aparece, como aconteceu comigo, começa a levar tiro”, afirmou o deputado Jair Bolsonaro (RJ), pré-candidato pelo PSL.
Presidenciável pelo PDT, o ex-ministro Ciro Gomes (CE) também se voltou contra Barbosa. “É natural que ele chegue com notoriedade muito grande, porque pilotou durante quase um ano em tempo nobre da TV a novela do mensalão. Vamos ver que consistência ele vai ter na medida em que será exposto à fricção”, disse na última semana durante um evento em Minas.
Algoz da antiga cúpula petista no julgamento do mensalão, o ex-ministro também deve começar a ser alvo do partido. A sigla insiste na candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso na Lava Jato. “Já ouvi falar que ele (Barbosa) defende privatizações. Vamos esperar ele ser fritado para ver como reage”, disse o deputado Carlos Zarattini (PT-SP).
Integrantes do PSB dizem estar cientes de que Barbosa será alvo de ataques e ressaltam que é por isso que o ex-ministro resiste a admitir publicamente que é pré-candidato.