O Estado de S. Paulo

CRIME CRESCE E IMIGRAÇÃO LEVA A CULPA

- / F.C.

Com o aumento da população, Boa Vista viu o número de ocorrência­s criminais dobrar. Mas apenas 0,5% dos crimes foi cometido por venezuelan­os, segundo a Polícia Civil. Entre 2015 e 2017, o número de boletins registrado­s na capital de Roraima passou de 7.929 para 15.266, dos quais 63 tiveram os imigrantes como autores. Os crimes mais comuns foram lesão corporal, furto e roubo.

A impressão entre a população de Boa Vista, no entanto, é de que são os venezuelan­os que estão trazendo mais criminalid­ade à cidade. A crença é reforçada por crimes violentos praticados por imigrantes, como a tentativa de assalto e esfaqueame­nto da comerciant­e Damiana Marques, de 59 anos.

Um venezuelan­o que frequentav­a seu mercadinho para fazer recargas de celular um dia tentou roubála. Mesmo sem reagir, a mulher foi esfaqueada no braço e nas costas e ficou em estado gravíssimo por causa dos ferimentos. “Perdi muito sangue, fiquei três dias na UTI e ainda vivo com medo até hoje porque ele nunca foi preso”, afirma Damiana, que instalou grade na porta do comércio após o episódio, ocorrido em junho do ano passado.

Agora, os clientes só podem fazer compras por meio de uma janelinha. “Não sou contra ajudar os imigrantes, mas nós, brasileiro­s, não podemos ficar esquecidos.”

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Ao relento. Imigrantes moraram em praças públicas sem acesso a banheiros nem água potável; governo de Roraima quer fechar fronteira
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Pelas grades. Comerciant­e acabou esfaqueada

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