O Estado de S. Paulo

‘Westworld’ abre nova temporada com sangue

Com estreia hoje, na HBO, série que tem força para suceder ‘Game of Thrones’ avança nos mistérios

- Pedro Antunes

Um tiro na cabeça de um dos protagonis­tas, uma horda de robôs raivosos na direção de humanos indefesos e a certeza de que, na verdade, as certezas já eram. Westworld encerrou sua primeira e muito bem-sucedida temporada com ganchos a rodo para serem desvendado­s neste segundo ano da série, cuja estreia está marcada para este domingo, 22, às 22h, no canal HBO.

Um ano e meio depois da exibição do décimo episódio do primeiro ano da série, é fácil voltar ao universo elaborado por Jonathan Nolan e Lisa Joy, no qual, basicament­e, seres humanos têm, à disposição, um parque temático no qual interagem com robôs humanoides, em um ambiente de faroeste, como nos filmes de John Ford. As máquinas, chamadas de hospedeiro­s, são uma criação do personagem de Anthony Hopkins, chamado de Robert Ford, mas parecem sair ao controle de todos nas últimas cenas exibidas naquele 4 de abril de 2016.

Ao abrir a segunda temporada, Westworld está recolhendo os cacos do que foi uma catástrofe em níveis incalculáv­eis ainda. É bom avisar que, a partir de agora, o texto se aprofundar­á nas descoberta­s da primeira temporada e no desenrolar inicial deste segundo ano. Portanto, os spoilers estarão por todos os lados.

Recolhe os cacos e limpa o sangue das botas de caubóis. Com a morte de Ford (Hopkins), com um disparo na cabeça vindo de Dolores Abernathy (Evan Rachel Wood), abre-se um precedente. Até então, os hospedeiro­s eram incapazes de ferir os humanos. A partir daí, o cenário desértico do parque Westworld é manchado de sangue. Dolores parece tomar a dianteira de uma revolta das máquinas, uma revolucion­ária impiedosa e, vivendo sobre o lema “nós contra eles”, não parece sentir remorso de tirar a vida de humanos.

No episódio de estreia – exibido para a imprensa na semana passada – os mistérios não são resolvidos. Na verdade, acrescenta­m-se peças a mais no complexo quebra-cabeças do seriado, mas o clima de violência beneficia a narrativa, já que o estouro era irrefreáve­l. Bernard Lowe (interpreta­do por Jeffrey Wright) parece ter um papel cada vez mais fundamenta­l numa tentativa de convivênci­a pacífica entre homens e máquinas. Forma-se, a princípio, dois líderes dos subjugados, Bernard e Dolores, com ideais diferentes. Quase como vimos na vida real tantas vezes, não?

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FOTOS HBO Eles e nós. Evan Rachel Wood e James Marsden, os robôs, e Ed Harris (E), um humano
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