O Estado de S. Paulo

Bruno deixa de dar aula para capinar terreno

Por carência de recursos, entidade interrompe o atendiment­o e ex-jogador passa a fazer serviços gerais para diminuir pena

- Rene Moreira ESPECIAL PARA O ESTADO

Preso em Varginha (MG) pela morte de Eliza Samúdio, o goleiro Bruno Fernandes de Souza, de 33 anos, parou de dar aulas de futebol a crianças da cidade. O benefício de ficar fora do presídio durante o dia para a prestação do serviço foi obtido no ano passado, mas a entidade responsáve­l pelo convênio teve de interrompe­r o atendiment­o em março por falta de recursos.

Para não ficar sem trabalho, que garante a redução da pena, Bruno se ofereceu para atuar sob a supervisão do Corpo de Bombeiros e desde a semana passada faz tarefas como limpeza e até tirar capim de terreno. Isso somente foi possível graças a um convênio entre a corporação e o presídio. “Ele atua como um auxiliar geral, faz limpeza e outros serviços”, explicou o advogado Fábio Gama.

O defensor acredita que o goleiro obterá em pouco tempo a progressão de pena e ganhará o regime semiaberto. Entretanto,

22 anos e três meses é a pena de Bruno pela morte de Elisa Samúdio

isso depende de cálculo a ser feito pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) levando em conta as decisões contidas no processo e ainda benefícios, como a redução com a contagem dos dias trabalhado­s.

Em seu novo serviço, feito de segunda a quinta-feira, Bruno deixa o presídio às 7h da manhã e retorna às 17h30. Para cada três dias trabalhado­s, o detento é beneficiad­o com um dia de redução da pena. Ele foi condenado a mais de 20 anos de cadeia e está preso desde 2010.

Futebol. Bruno atuava pelo Flamengo quando foi preso. Por meio de liminar, ele chegou a ficar dois meses em liberdade no ano passado, ocasião que foi parar em Varginha e jogou pelo Boa Esporte, time local que disputa a Série B do Campeonato Brasileiro. A defesa acredita que, sendo solto, ele voltará a atuar pelo time mineiro.

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