‘A reforma da Previdência está em primeiro lugar, é essencial’
Parada no Congresso Nacional desde o ano passado, a reforma da Previdência ainda é a prioridade “número um”, na avaliação do assessor especial do Ministério da Fazenda, Marcos Mendes. Após sua fala ontem no Fórum Estadão, ele defendeu também a reforma tributária, cujo texto, disse, deve ser entregue ao Legislativo nos próximos dias.
Qual é a reforma considerada mais urgente?
Temos várias reformas importantes. Eu diria que a da Previdência está em primeiro lugar, é essencial. Acredito que todo esse debate já ficou claro, a população está muito mais esclarecida acerca do tamanho do problema. É uma reforma inevitável e que precisa ser feita logo, porque os impactos dela são de médio e longo prazos. Infelizmente, em alguns casos, o efeito já está se consumando hoje, como no caso do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul, que não conseguem mais pagar aposentadoria. A União só consegue pagar porque está sempre se endividando para isso, porque, se tivesse que pagar com recursos tributários, também não teria dinheiro. Está diretamente ligado ao desenvolvimento social e econômico e fazer um perfil de carga tributária menos concentrador de renda e mais gerador de emprego para a população.
O que podemos esperar da proposta do governo para mudanças nos tributos?
Na reforma tributária, todas as conversas estão sendo feitas com os setores econômicos, de serviço, com a indústria, no sentido de se buscar que não se aumente a carga tributária. Esse é um compromisso nosso. Claro que alguns setores vão pagar um pouco mais, outros vão pagar um pouco menos. É matematicamente impossível garantir que todo mundo fique na mesma situação, mas, no médio prazo, todo mundo ganha.
Como aprovar a reforma da Previdência em ano eleitoral? Estamos com um projeto pronto, vamos encaminhar nos próximos dias no Congresso. Temos boa interlocução com o presidente Rodrigo (Maia, da Câmara) e com o presidente Eunício (Oliveira, do Senado). Vamos colocar a reforma em debate. O Brasil não acaba em 31 de dezembro de 2018. Então, nos compete fazer a agenda correta, colocar as propostas corretas e esperamos que aquilo que não for possível aprovar agora, o próximo governo já tenha um caminho andado.