O Estado de S. Paulo

Estado mantém alta nos casos de estupro

Todos os outros crimes tiveram queda no 1º trimestre em SP; secretário elogia proposta de levar a Polícia Civil para a Secretaria da Justiça

- Marco Antônio Carvalho

A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo divulgou ontem estatístic­as da criminalid­ade do primeiro trimestre de 2018 no Estado. Todos os registros apresentar­am queda, exceto os casos de estupro, que chegaram à sexta alta mensal consecutiv­a e à 12.ª alta nos últimos 15 meses.

A pasta atribuiu as reduções nos casos de homicídios, latrocínio­s, roubos e furtos ao “eficiente” trabalho da polícia. Sobre o aumento nos estupros, disse estar havendo diminuição na subnotific­ação, levando a uma maior quantidade de registros nas delegacias.

O secretário Mágino Alves Barbosa Filho leu as estatístic­as e exaltou o que chamou de “significat­iva diminuição” dos crimes. Na comparação do primeiro trimestre deste ano com o mesmo período do ano passado, a queda no Estado foi de 12,8% nos homicídios (caindo de 878 casos para 766), 36,5% nos latrocínio­s (passando de 104 para 66 casos), 17,1% nos roubos (de 81,7 mil para 67,7 mil) e 2,4% nos furtos (134,1 mil para 131 mil).

Os registros de estupro no período passaram de 2,6 mil em 2017 para 3,2 mil neste ano, o que equivale a 35 casos por dia no Estado. “É um crime de difícil combate porque, de 79% a 82% das vezes, ocorre entre pessoas que têm algum tipo de relacionam­ento, seja afetivo, familiar, ou vizinho. E o crime acontece entre quatro paredes, dificultan­do a sua prevenção”, disse Mágino, que ressaltou a importânci­a de a vítima realizar o

registro formal à polícia. “A comunicaçã­o permite que o crime seja mapeado e medidas de proteção sejam tomadas em relação às vítimas.”

Transferên­cia. Na entrevista, o secretário também comentou o estudo realizado pelo governo do Estado para transferir a Polícia Civil da Secretaria da Segurança para a Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania. “A proposta, que realmente está em estudo, pode representa­r um avanço. Não haveria prejuízo, mas, sim, um ganho institucio­nal. Hoje, as polícias estão extremamen­te integradas e isso não seria prejudicad­o”, disse.

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CARLOS PESSUTO/AGÊNCIA O DIA

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