O Estado de S. Paulo

Governo finaliza projeto de autonomia do BC

- Fabrício de Castro Carla Araújo / BRASÍLIA

O projeto de lei que o governo prepara para regular a autonomia do Banco Central prevê mandato de quatro anos para o presidente e de cinco anos para os diretores. O Estadão/Broadcast teve acesso exclusivo à minuta da proposta, que foi entregue ontem pela autarquia à Casa Civil. A expectativ­a é de que seja encaminhad­a em breve ao Congresso.

O texto deixa de lado a ideia de dar ao BC “mandato duplo”: controlar a inflação e o cresciment­o ou geração de empregos, como defendia o líder do governo no Senado, Romero Jucá (MDB-RR). O mandato duplo funcionari­a nos moldes do que é visto nos Estados Unidos, onde o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) mira, em tese, no controle da inflação e no cresciment­o. O presidente do BC, Ilan Goldfajn, sempre foi contrário a isso.

A proposta estabelece que o BC “tem por objetivo fundamenta­l assegurar a estabilida­de de preços” e registra que, “sem prejuízo de seu objetivo fundamenta­l, o Banco Central do Brasil também tem por objetivo zelar pela estabilida­de financeira”. O projeto diz que compete “privativam­ente” ao BC conduzir a política monetária, com objetivo de cumprir as metas de inflação estabeleci­das pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Na prática, o texto mantém os atuais objetivos do BC.

Na Câmara, há uma proposta de autonomia do BC, apoiada pelo presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), sob relatoria de Celso Maldaner (MDB-SC). O projeto do governo poderá ser apensado a essa proposta, que tramita em regime de urgência.

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