O Estado de S. Paulo

MPF processa Microsoft por coleta de dados

Promotores afirmam que a opcão pad- rão e instalacão o Wind- ows 10 fornece a os sem autorizacã­o os usuários

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O Ministério Público Federal entrou com ação contra a Microsoft para impedir que o sistema operaciona­l da gigante de tecnologia, o Windows 10, siga coletando dados pessoais sem autorizaçã­o dos usuários.

Atualmente, a opção padrão de instalação e atualizaçã­o do Windows 10 permite que a empresa obtenha diversas informaçõe­s sobre os consumidor­es, como geolocaliz­ação, conteúdo de emails, hábitos de navegação e histórico de buscas na internet, segundo os promotores.

O procedimen­to, segundo o MPF, viola vários princípios constituci­onais, como proteção da intimidade, além de direitos relativos às relações de consumo. Ação do MP requer que a Microsoft pague multa de pelo menos R$ 10 milhões por danos morais causados.

Para os procurador­es, a Microsoft desrespeit­a o Marco Civil da Internet e o Código de Defesa do Consumidor, que exige comunicaçã­o clara sobre os riscos que apresentem.

Procurada, a Microsoft afirmou que ainda não foi oficialmen­te citada e que “a coleta e uso de dados pessoais se dá mediante o consentime­nto e conforme controle do usuário”.

Segundo a companhia, porém, “dados de forma anônima podem ser coletados para aprimorame­nto da segurança e do desempenho do sistema operaciona­l Windows (...), de acordo com a legislação aplicável”.

Para o MPF, no entanto, a última atualizaçã­o do sistema tornou obrigatóri­a a chamada telemetria básica nas versões domésticas. Assim, mesmo que o consumidor desabilite a opção de fornecimen­to de dados, a Microsoft continua coletando informaçõe­s que considera essenciais para o desempenho do serviço, independen­temente da vontade do usuário.

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