O Estado de S. Paulo

Crédito ficou mais barato em março

- F.C. e F.N.

Após dois meses de alta, os juros cobrados pelos bancos em operações de crédito voltaram a recuar em março. A taxa média do crédito livre, que reúne as operações que não contam com recursos do BNDES e da poupança, cedeu 0,8 ponto porcentual no mês passado, de 42,2% para 41,4% ao ano. Nos 12 meses encerrados em março, o recuo é de 10,7 pontos. Os números foram divulgados ontem pelo Banco Central (BC).

Segundo o BC, a queda dos juros em março responde ao fim de um movimento sazonal visto nos meses anteriores. Tradiciona­lmente, as taxas tendem a recuar em dezembro, mês em que o consumidor deixa de acessar linhas mais caras porque recebe o 13.º salário. Em contrapart­ida, em janeiro e fevereiro as taxas subiram, em meio a um retorno da demanda pelas linhas mais caras.

“Agora, em março, a taxa de juros caiu, em movimento esperado”, avaliou o chefe do Departamen­to de Estatístic­as do BC, Fernando Rocha. Segundo ele, o movimento está ligado ao ciclo de cortes da taxa básica de juros), hoje em 6,50% ao ano.

O spread bancário – a diferença entre o custo de captação de recursos pelos bancos e o que é cobrado do consumidor – também recuou, após dois meses de alta. No crédito livre, o spread cedeu de 34,1 pontos porcentuai­s em fevereiro para 33,7 pontos em março. Em 12 meses, o spread acumula queda de 8,2 pontos porcentuai­s.

A nova regra do Banco Central para o juro rotativo do cartão adotada no ano passado permitiu que a taxa do rotativo regular caísse de 431,7% ao ano em março de 2017 para 243,5% ao ano em março deste ano. /

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