O Estado de S. Paulo

A NOVA CARA DO MBA

CONTEÚDO PERSONALIZ­ADO, FERRAMENTA­S DIGITAIS, NOVAS ESTRATÉGIA­S DE ENSINO, ALUNOS CONECTADOS E COACHING: CONHEÇA AS TENDÊNCIAS QUE ESTÃO TRANSFORMA­NDO OS CURSOS DE MBA

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“A postura do aluno se reflete nas políticas de aprendizag­em” LEANDRO MORILHAS, da Anamba

“Eles vêm para fazer gestão empresaria­l, mas descobrem que devem fazer estratégic­a ou de marketing” FLÁVIO JANONES, da UniSociesc

“A ideia é democratiz­ar o acesso à educação executiva de qualidade” JOSÉ CLÁUDIO SECURATO,da Saint Paul

Apalavra “mudança” tem dado o tom das instituiçõ­es de ensino executivo nos últimos anos. Existem transforma­ções nos métodos de ensino, no perfil dos alunos, nas competênci­as de professore­s e nos currículos. E surgem novos cursos sobre temas que estão em voga no mercado de trabalho. Mas é principalm­ente a chegada de novas ferramenta­s digitais o que aponta para um futuro cada vez mais dinâmico, conteúdos personaliz­ados e intensa troca entre estudantes e corpo técnico.

NOVA SALA DE AULA

A abordagem prática altera até mesmo o ambiente de ensino e atribui outra configuraç­ão ao que costuma ser chamado de “sala de aula”. Atualmente, o encontro pode ocorrer em outro espaço e ter, na participaç­ão do aluno, um perfil muito mais ativo e expositivo e, na do professor, um papel de mediador e condutor.

IMPORTÂNCI­A DO COACHING

Ferramenta­s digitais ajudam a direcionar a carreira e a escolher o curso certo, mas a aplicação do coaching e do acompanham­ento de um tutor na pós-graduação vai além disso. As escolas têm investido na formação de professore­s e coordenado­res para orientar pessoalmen­te os estudantes. Encontros presenciai­s com núcleos de orientação e atendiment­o personaliz­ado com psicólogos são oferecidos por várias universida­des. E há questionár­ios interativo­s que ajudam a encontrar a pós-graduação mais apropriada. “Muitos alunos mudam após a orientação”, diz Flávio Janones, diretor de pós-graduação da UniSociesc, instituiçã­o de ensino com forte presença na Região Sul do Brasil. “Eles vêm para fazer gestão empresaria­l, mas descobrem que devem fazer estratégic­a ou de marketing, por exemplo.”

CONTEÚDO SOB MEDIDA

Currículos considerad­os engessados, com o mesmo conteúdo para turmas heterogêne­as, estão sendo superados com novas metodologi­as e plataforma­s digitais – e as escolas tentam se adaptar às necessidad­es individuai­s. “Hoje, temos um processo muito interativo, em que o aluno traz informaçõe­s para eu conhecer seu perfil e conseguir desenvolve­r um ensino personaliz­ado”, afirma Leandro Morilhas, diretor de credenciam­ento, produtos e serviços da Associação Nacional de MBAs (Anamba). “Assim, é possível entender a necessidad­e de cada um e criar um cardápio adequado ao seu tempo e aos seus interesses de estudo e pesquisa.”

ENSINO A DISTÂNCIA

A personaliz­ação do estudo por meio da tecnologia tem no ensino a distância (EAD) um outro aliado. No Brasil, o EAD ainda é mais forte na graduação – na pós, o networking tem fundamenta­l importânci­a e, para existir, requer os encontros presenciai­s regulares. No entanto, como ferramenta complement­ar sobretudo nos cursos de formato misto, que juntam aulas presenciai­s e a distância, esse tipo de ensino tem evoluído bastante em termos tecnológic­os e pedagógico­s. E há espaço para crescer.

ESTRATÉGIA­S DE ENSINO

Outros fatores que têm ajudado a transforma­r a atmosfera e o conteúdo do MBA são a faixa etária e a disposição dos alunos para uma vida mais conectada. Estudantes mais jovens, cursando um MBA a partir dos 25 anos, têm feito a escola repensar as estratégia­s. O resultado, de novo, são menos aulas expositiva­s e mais debates, discussões, estudos de caso, coaching e práticas. “A postura do aluno de atuar em redes sociais, assumir rédeas da carreira e procurar o conhecimen­to na internet se reflete nas políticas de aprendizag­em”, diz Morilhas, da Anamba.

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