O Estado de S. Paulo

‘A Costa Rica vai dar trabalho ao Tite’

Quem faz o alerta é o brasileiro Leandrinho, meia que está na Turquia e que jogou no futebol do país da América Central

- Luis Filipe Santos

A Costa Rica será o segundo adversário do Brasil na Copa do Mundo da Rússia e o time do técnico Tite poderá ter problemas na partida – as seleções se enfrentam no dia 22 de junho, em São Petersburg­o, às 9h (horário de Brasília). Segundo o meia Leandrinho, brasileiro que já passou por dois dos maiores times do país da América Central, o jogo não será fácil para a equipe brasileira. O atleta aposta que, assim como em 2014, a seleção costa-riquenha se classifica­rá para as oitavas de final, deixando Sérvia e Suíça para trás no grupo.

“O futebol de lá tem crescido e ficado mais técnico, está exportando cada vez mais jogadores para a Europa. Eles mantiveram a base de 2014, trocaram apenas três ou quatro jogadores do time titular. Além do Keylor Navas (goleiro do Real Madrid), é bom prestar atenção no Bryan Ruíz e no atacante Joel Campbell, que se estiver recuperado da lesão que teve, pode levar perigo”, avisa o atleta.

Sobre o estilo de jogo, Leandrinho comenta que a forte defesa que a seleção costa-riquenha apresentou na Copa do Mundo de 2014 no Brasil, diante de adversário­s fortes como Holanda e Itália deve ser mantida. “Foi uma tática que o treinador daquela época encontrou para fazer um bom Mundial. Não é uma caracterís­tica normal do futebol deles, mas os jogadores de lá tem cada vez mais consciênci­a tática, o que classifico­u eles para duas Copas seguidas”, afirmou o brasileiro.

Mas algo mudou no time após a Copa de 2014: o aspecto psicológic­o. “Hoje, acreditam que podem ganhar de seleções de nome, como fizeram no Brasil. Eles têm jogadores que podem fazer a diferença e mudar a partida em uma jogada”, acrescenta o atleta. “A Costa Rica vai dar trabalho para o Tite.”

No último mundial, a Costa Rica caiu em um grupo com Itália, Uruguai e Inglaterra e foi dada como eliminada logo de cara, mas acabou a primeira fase como líder da chave. Nas oitavas, eliminou a Grécia, e nas quartas, empatou com a Holanda em 0 a 0 e levou o jogo para os pênaltis – a partida foi disputada na Arena Fonte Nova, em Salvador, e os holandeses venceram as penalidade­s por 4 a 3.

Ídolo local. Leandrinho conta que se profission­alizou no esporte na Costa Rica. “Um treinador do Herediano viu um jogo meu quando estava nas categorias de base da Portuguesa de Londrina e decidiu me contratar. Eu sabia o quanto era difícil ter chances aqui no Brasil e decidi ir para lá. Fui bem, me destaquei e acabei sendo contratado por um time da Bélgica, depois passei por outros países. Ainda voltei para lá por duas vezes, uma após terminar um empréstimo e outra para ficar perto da família que formei no país.”

Na segunda passagem, quando jogou na Alajuelens­e, o sucesso dentro do país foi grande. “Ganhei todos os prêmios individuai­s: artilheiro e melhor jogador da liga, além de ter sido campeão duas vezes. Acho que me tornei um ídolo de todas as torcidas, que começaram a pedir que eu fosse para a seleção de lá. Infelizmen­te, não morava no país há cinco anos, então não consegui me naturaliza­r”, conta. Atualmente com 31 anos, Leandrinho está no Karabukspo­r, da Turquia, mas volta à Costa Rica todas as férias para visitar as filhas. Ele ainda planeja voltar a jogar no futebol do país da América Central.

 ?? LIGA DEPORTIVA ALAJUELENS­E ?? Ídolo. O meia brasileiro Leandrinho, ainda com a camisa da Alajuelens­e, um dos maiores clubes da Costa Rica: atleta joga hoje no Karabukspo­r, da Turquia
LIGA DEPORTIVA ALAJUELENS­E Ídolo. O meia brasileiro Leandrinho, ainda com a camisa da Alajuelens­e, um dos maiores clubes da Costa Rica: atleta joga hoje no Karabukspo­r, da Turquia

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