O Estado de S. Paulo

Azeredo diz estar aflito e não preparado para ser preso

Condenado por peculato e lavagem de dinheiro, ex-governador de Minas perdeu recurso na segunda instância

- Leonardo Augusto ESPECIAL PARA O ESTADO BELO HORIZONTE

O ex-governador de Minas Gerais Eduardo Azeredo (PSDB) afirmou, ontem, que está aflito e desprepara­do para ser preso. “Não vou ser falso de dizer que não fico aflito. Fico, fico aflito sim. Mas é uma cobrança descabida. É um excesso o que está se fazendo em cima de mim”, disse o ex-governador em entrevista à Rádio Super Notícia, de Belo Horizonte. Ao mesmo tempo, afirmou não estar “raciocinan­do com essa hipótese” (de prisão).” “Não tô preparado para essa hipótese.”

O tucano foi condenado a 20 anos e 1 mês de prisão por peculato e lavagem de dinheiro no mensalão mineiro. O esquema, conforme denúncia do Ministério Público, desviou cerca de R$ 3,5 milhões de estatais como o Banco do Estado de Minas Gerais (Bemge) e a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) para a campanha do tucano pela reeleição em 1998, quando foi derrotado por Itamar Franco. As investigaç­ões mostraram ainda que agências de publicidad­e de Marcos Valério foram utilizadas na ação.

Azeredo afirma que especifica­mente em relação ao Bemge, ficou sabendo do episódio de repasse de recursos apenas oito anos depois do ocorrido. Na terça-feira passada, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) negou os embargos infringent­es de Azeredo. Resta agora apenas um recurso, os embargos declaratór­ios sobre essa última decisão, cujo prazo de entrada vence na segunda-feira.

Pela sentença de condenação de Azeredo, o cumpriment­o da pena deve começar quando esgotada a possibilid­ade de apelação na Justiça Estadual. A defesa do ex-governador entrou ainda com habeas corpus no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

O tucano disse que vem sendo vítima de falta de informação de como funciona um governo. “As estatais têm um conselho fiscal. Têm diretoria com autonomia. Têm um cargo que se chama ordenador de despesas”, disse sem citar nomes.

Segundo Azeredo, o que aconteceu à época foi uma “questão de eleição”. “Eleição que nas regras da época você tinha financiame­nto empresaria­l e esses financiame­ntos não eram todos eles contabiliz­ados.”

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LEO FONTES/O TEMPO/ - 26/4/2018 Desvios. Azeredo foi condenado no mensalão mineiro

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