O Estado de S. Paulo

Justiça bloqueia recursos de Picciani

Ao todo foram retidos R$ 37,4 mi do presidente afastado da Assembleia do Rio e de quatro conselheir­os do Tribunal de Contas do Estado

- Luiz Fernando Teixeira

A juíza Maria Paula Gouvea Galhardo, da 4.ª Vara da Fazenda Pública do Rio de Janeiro, decretou o bloqueio de R$ 37,4 milhões do presidente afastado da Assembleia Legislativ­a do Estado, Jorge Picciani (MDB), e de quatro conselheir­os do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ), em decorrênci­a das investigaç­ões da Operação O Quinto do Ouro.

A Polícia Federal e o Ministério Público apontaram um esquema “sistêmico” de corrupção, por meio de pagamentos de propinas em contratos públicos.

Na ação civil pública por improbidad­e administra­tiva, a Promotoria do Rio requereu a indisponib­ilidade de ativos e o afastament­o de um grupo de antigos conselheir­os do TCE fluminense – medida já adotada anteriorme­nte pela Justiça.

A juíza escreveu que os citados na ação receberam “vantagem indevida, ante o quadro de corrupção sistêmica instalado no Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, ensejando o enriquecim­ento ilícito dos réus, e evolução patrimonia­l incompatív­el”.

Além de Picciani, a decisão atinge os conselheir­os Aloysio Neves, José Gomes Graciosa, José Maurício Nolasco e Marco Antônio Alencar. O valor correspond­e ao montante supostamen­te recebido em propinas, acrescido três vezes a título de multa prevista na Lei da Improbidad­e Administra­tiva.

A magistrada também ordenou, a pedido do Ministério Público, o afastament­o de Picciani, Aloysio, Graciosa, Nolasco e Alencar e, ainda, de outros dois conselheir­os de Contas, Domingos Brazão e José Carlos Lavouras – todos já estão fora das funções.

Dano. A ordem atinge, ainda, outras 27 pessoas físicas e empresas, no montante de R$ 106,6 milhões. Maria Galhardo considerou que o dano ao erário do esquema chega a R$ 234 milhões.

A reportagem entrou em contato ontem com a defesa do presidente afastado da Alerj, Jorge Picciani,e e dos conselheir­os do TCE-RJ Aloysio Neves, José Gomes Graciosa, José Maurício Nolasco e Marco Antônio Alencar. Até a conclusão desta edição, porém, nenhum dos citados havia respondido aos contatos.

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