O Estado de S. Paulo

Lupi cobra do PT reciprocid­ade a apoio a petistas nos Estados

Presidente do PDT diz que sigla tem alianças regionais com partido do ex-presidente Lula e aguarda acordo nacional

- /D.W. e M.O.

O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, afirmou ontem que o partido continuará buscando uma aliança com o PT nas eleições presidenci­ais. Tendo o ex-ministro Ciro Gomes como pré-candidato ao Planalto e alianças com governador­es petistas em quatro Estados, o PDT espera reciprocid­ade da legenda do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, disse Lupi.

“O único Estado que é governado pelo PT em que ainda não estamos é Minas Gerais, por um problema local, agora a gente espera que um dia isso seja reconhecid­o”, disse Lupi ao Estadão/Broadcast. O dirigente afirmou que “sempre acha” possível uma aliança com o PT nas eleições presidenci­ais. “Vamos continuar a conversar, conversar na base, nos diretórios, com os governador­es e com a direção. A gente faz isso 24 horas por dia”, disse.

O presidente do PDT esteve com Ciro Gomes em um seminário promovido pela União Geral dos Trabalhado­res (UGT), na capital paulista. No debate, Ciro afirmou que sua responsabi­lidade “cresceu muito” com a ausência de Lula nas eleições e que é preciso “respeitar” a situação do PT diante da prisão de seu maior líder político. O presidenci­ável também sinalizou uma cobrança ao PT, ao comparar a situação de alianças estaduais.

Ciro lembrou que o PDT apoia pré-candidatos a governador do PT no Ceará, na Bahia, no Acre e no Piauí, mas que não há reciprocid­ade do outro lado. “Não dá para desconfiar da minha relação, o resto é jogo. Nós não somos fominha, o PDT tem candidatos em nove Estados e o PT não apoia a gente em nenhum lugar. Tudo bem, faz parte, mas vamos e venhamos, o processo está só começando”, declarou Ciro.

Em entrevista ao Estado, ontem, ele afirmou que uma aliança com o PT é desejável, mas “muito improvável.”

O presidenci­ável do PDT fez uma comparação da eleição presidenci­al com uma corrida de Fórmula 1. Para ele, cada presidenci­ável está na pista “sozinho” no momento e as alianças ainda não estão formadas. “Eu sou um cara frio, tranquilo, a estrada está tortuosa, mas essa eleição está para mim. Com a tragédia que está acontecend­o com o Lula, a minha responsabi­lidade cresceu muito”, disse.

Ciro disse que é preciso ter “respeito e paciência com o PT” no atual momento, mas ressaltou que é preciso “pensar” sobre o cenário. “O Lula é candidato? Não vou responder? E, se ele não for, o que é que o PT vai fazer? Não vou responder nada”, declarou o ex-ministro, repetindo achar natural que o PT tenha candidato.

Visita.

Ciro afirmou que está recorrendo da decisão da Justiça Federal em Curitiba que o proibiu de visitar o ex-presidente na sala especial onde está preso, na capital paranaense.

“Estamos recorrendo na Justiça para visitar, fazer comício lá não vou, não sou do PT”, disse Ciro. Ele classifico­u Lula como um “velho camarada” e disse que tem ajudado o petista “todos os dias nos últimos 16 anos”.

“O único Estado que é governado pelo PT em que ainda não estamos é Minas, por um problema local. A gente espera que um dia isso seja reconhecid­o.” Carlos Lupi

PRESIDENTE DO PDT

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ANDRE DUSEK/ESTADÃO Chapa. Lupi, do PDT, vai lançar Ciro Gomes ao Planalto

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