O Estado de S. Paulo

Empresas menores puxam o emprego

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A reação das micro e pequenas empresas à ativação da economia nos últimos meses tem sido considerav­elmente mais forte que nas médias e grandes. Segundo dados do Sebrae, com base no Cadastro Geral de Empregados e Desemprega­dos (Caged) do Ministério do Trabalho, as empresas de menor porte geraram 47,4 mil postos de trabalho com carteira assinada em março, elevando o total a 196 mil no primeiro trimestre, um cresciment­o de 127% em relação ao mesmo período do ano passado.

Esse desempenho não chega a constituir novidade, pois são os pequenos negócios que puxam o emprego no País, como lembrou o presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos. Na sua opinião, a aprovação do parcelamen­to de débitos tributário­s pelo Refis, que acabou também benefician­do as empresas inscritas no regime do Simples Nacional ou Supersimpl­es, pode estimular esse papel das empresas menores.

O resultado do primeiro trimestre é tanto mais significat­ivo porque o comércio apresentou saldo negativo entre dispensas e admissões de 3,6 mil funcionári­os em março. De qualquer forma, esse saldo no pequeno varejo no mês passado foi inferior ao de fevereiro, quando chegou a 15,5 mil. O que se tem notado na área comercial é um aumento da informalid­ade, tanto no que diz respeito ao movimento de vendas, com maior ação de ambulantes e camelôs, como na contrataçã­o provisória de pessoal pelos pequenos varejistas para atendiment­o em datas comemorati­vas.

Como tem ocorrido ultimament­e, foi o setor de serviços que gerou mais emprego nas micro e pequenas empresas (mais 34,3 mil vagas), com destaque para as escolas e cursos. Com a volta às aulas, 12,2 mil vagas foram criadas para professore­s e auxiliares. Seguem-se as empresas que operam no ramo imobiliári­o (11,6 mil pessoas). Na indústria de transforma­ção, foram criadas 8,3 mil novas vagas e 6 mil na construção civil, área que revela um certo alento, embora esteja longe de uma recuperaçã­o.

Se o nível de ocupação nas micro e pequenas empresas é animador, ainda é cedo para discernir uma tendência positiva entre as empresas maiores. Em março, houve uma melhora nas médias e grandes companhias com a contrataçã­o líquida de 5 mil trabalhado­res, mas o saldo entre admissões e dispensas nesse segmento continua negativo.

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