Ator Agildo Ribeiro morre aos 86 anos
Ator, que iniciou a carreira na década de 1950, sofria com problemas cardíacos
O ator Agildo Ribeiro morreu aos 86 anos, no Rio, na manhã deste sábado, 28. Ele sofria de problemas cardíacos e seria operado na próxima semana, segundo o colunista Ancelmo Gois.
Ribeiro iniciou sua carreira no rádio, na década de 1950, mesma época da sua estreia em teatro. Protagonizou vários programas na TV, muitos ao lado de Jô Soares, sendo um dos seus personagens mais marcantes o professor Aquiles Arquelau, que chamava seu assistente de “múmia paralítica” e era obcecado pela atriz Bruna Lombardi. O artista participou também de mais de 30 filmes.
O humorista casou cinco vezes, sendo uma delas com a atriz Marília Pera, morta em 2015. Recentemente, ele trabalhava no programa Zorra Total e participou do programa Tá no Ar, que homenageou antigos humoristas, ambos da Globo. Nos anos 1960, foi um dos apresentadores do programa Satirycom, o primeiro a criticar a TV dentro do próprio veículo, como faz hoje o Tá no Ar.
Na TV, ele participou de Estúdio A... Gildo e Escolinha do Professor Raimundo. No cinema, seu trabalho mais recente foi o filme Casa da Mãe Joana.
Nascido em 26 de abril de 1932 no Rio, Agildo da Gama Barata Ribeiro Filho também teve participação marcante no teatro. Como João Grilo, no Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna, sua atuação foi aclamada. Participou do politizado grupo Opinião, no qual brilhou em peças como O Inspetor Geral, de Gogol.
A partir dos anos 70, a fama alcançada como apresentador de Topo Gigio, o rato que encantou o País, e, mais tarde, o sucesso de tipos como o professor de filosofia, em programas humorísticos, o afastariam dos palcos. Daí em diante só pisaria no teatro com shows nos quais ele seria a estrela. “Não me arrependo de nada do que fiz, mas sim de alguns papéis que recusei”, disse ele ao Estado, em 1997.
Seu pai, Agildo Barata, foi militar de esquerda, um dos fundadores do Partido Comunista Brasileiro, preso e exilado. “Minha casa foi invadida e até minha mãe foi presa”, dizia.
Nas redes sociais, artistas lamentaram a morte. “Humor brasileiro de luto. Agildo Ribeiro se foi. Um dos maiores. Um gênio!”, escreveu Beto Silva.
Pelo Twitter, o apresentador Danilo Gentili disse que havia criado um papel para Ribeiro na série Os Exterminadores do Além. “Entregamos os episódios ontem para a Warner Channel. Chamá-lo seria a próxima etapa. Pena que não deu tempo”, escreveu Gentili.
O ator Lúcio Mauro Filho disse à Globo News que Ribeiro sabia transitar dentro do politicamente incorreto. “Porque essa expressão sempre existiu. Cabe ao humorista saber os limites. E o Agildo sabia fazer isso como ninguém.”
O velório de Agildo será neste domingo, 29, a partir das 10h, na Capela 1 do cemitério Memorial do Carmo, no Caju (zona norte do Rio). A cremação está prevista para 15h em cerimônia restrita à família.