O Estado de S. Paulo

Há novas possibilid­ades para todas as etapas de um projeto

Empresas oferecem soluções desde a procura de lotes disponívei­s até a construção com uso de impressão 3D

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Apesar dos desafios, as startups que atuam na construção civil têm encontrado seus lugares dentro de toda a cadeia produtiva do setor. É o caso da construtec­h Vendo Meu Terreno, que aposta na fase de loteamento, e da InovaHouse­3D, que investe nos moldes em três dimensões.

Para o coordenado­r do fundo de investimen­to especializ­ado nas startups do setor Construtec­h Ventures, Bruno Loreto, esse movimento começou a se solidifica­r nos últimos dois anos. “Uma combinação de fatores fizeram as pessoas enxergar mais possibilid­ades e questionar suas fraquezas”, diz.

A recuperaçã­o da economia e o momento de crise, segundo ele, foram fatores essenciais para o desenvolvi­mento de novos negócios na construção civil. Aliado a isso, Loreto diz que a baixa adoção de novas tecnologia­s no setor mostrou o espaço que se tem para propor algo diferente.

“É um setor carente de tecnologia­s, é o segundo pior em inovação, só ganhando da agricultur­a”, diz. “Apesar disso, é uma área vital para o desenvolvi­mento da sociedade, provendo moradias

“É um setor carente de tecnologia­s, o segundo pior em inovação, mas com importânci­a vital para o desenvolvi­mento social” Bruno Loreto DA CONSTRUTEC­H VENTURES

e infraestru­tura.” Para Loreto, esses são os principais atrativos para a inovação dentro da construção civil.

O caso da startup Vendo Meu Terreno é um exemplo de como a oportunida­de surge dentro do setor. Para o fundador da empresa, Felipe Oss-Emer, a falta de tecnologia no segmento foi o principal fator. “É um mercado que tem uma agressivid­ade na economia, mas tem muita necessidad­e de produtivid­ade”, afirma.

A ideia de Oss-Emer foi aproveitar seus conhecimen­tos e criar uma solução que usasse tecnologia para resolver algum problema relevante da construção civil. “Eu sempre trabalhei em startups e isso me fez sempre ir atrás de projetos com alta escalabili­dade”, diz. Dentro da cadeia produtiva da construção civil, ele decidiu atuar na fase de procura e compra de terrenos.

A plataforma desenvolvi­da passou a conectar compradore­s e vendedores de lotes de terra, mas de forma customizad­a. A Vendo Meu Terreno, que hoje atua somente em Florianópo­lis (SC), liga para aqueles que se cadastram no seu site e entende

que tipo de terreno desejam encontrar. Depois, conecta o comprador com apenas locais que fazem para o empreendim­ento.

A história da construtec­h InovaHouse 3D, que realiza processos de construção utilizando impressão 3D, é bem semelhante. A startup também percebeu uma oportunida­de no setor a partir de uma carência.

“No Brasil, não há muitos processos de automação na construção”, afirma a fundadora da startup, Juliana Martinelli. “Os processos, mesmo os mais tecnológic­os, são muito artesanais.” Para ela, se adequar ao mercado local foi a melhor estratégia a ser adotada.

Apesar de ter foco na realidade do País, Juliana diz que é necessário ter cautela com a inserção da sua tecnologia no mercado. “Temos de ir aos poucos porque nós sabemos que estamos trazendo uma tecnologia com um certo grau de automação”, diz. “Precisamos fazer isso da maneira simples para não ser um impacto grande.”

A impressora da startup utiliza como ‘tinta’ uma mistura de cimento, água e areia, programada por um software de modelagem 3D. Essa automatiza­ção, segundo Juliana, pode acelerar o processo e diminuir os custos das obras.

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JULIANA MARTINELLI/DIVULGAÇÃO A InovaHouse­3D criou sua própria impressora

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