O Estado de S. Paulo

CONSELHOS PARA SER Um empreended­or de sucesso

Para Eduardo Gallo, fundador da Service IT, conhecimen­to é essencial para empreender; marca faturou R$ 90 milhões em 2017

- Matheus Riga

Com 22 anos de mercado, a consultori­a de projetos tecnológic­os Service IT faturou R$ 90 milhões em 2017. Por trás da empresa, está o empreended­or Eduardo Gallo, que abriu o negócio quando percebeu que poderia ser mais rápido que a concorrênc­ia.

Ter coragem de assumir riscos e conhecer bem o seu produto são aspectos importante­s para quem quer empreeende­r. Para o presidente e fundador da consultori­a de tecnologia­s da informação Service IT, Eduardo Gallo, foram exatamente esses fatores que o impulsiono­u a montar seu próprio negócio, que faturou R$ 90 milhões no ano passado e, em 2018, pretende chegar aos R$ 120 milhões.

O sentimento de empreended­or surgiu em Gallo quando ele viajou pela Europa antes de terminar sua graduação em ciências da computação. Sem auxílio financeiro dos pais, sem celular e longe de casa, teve de se adaptar à sua nova realidade. “Ter de vencer e viver fora do meu habitat natural foi minha primeira fagulha de empreended­orismo”, afirma.

Com o espírito de empreended­or, e o curso de graduação finalizado, Gallo conseguiu o sonho de qualquer estudante de ciências da computação: um trabalho na empresa de informátic­a IBM. “Na época, era a maior empresa de tecnologia do mundo”, diz. “É uma companhia gigante, que valoriza muito os seus funcionári­os.”

Após cinco anos dentro da IBM, Gallo foi transferid­o de Porto Alegre, onde morava, para o Rio de Janeiro e São Paulo quatro vezes pela empresa. Quando retornou para a capital gaúcha, se reuniu com alguns colegas para tentar fazer algo diferente.

A grande oportunida­de que enxergou foi entregar rapidament­e projetos de soluções tecnológic­as para os clientes. “Qualquer empresa gigante tem muitas regras e processo”, afirma. “Achei que poderia ser mais rápido fora.” Segundo Gallo, o que ele queria era ter mais espaço para trabalhar à sua maneira e logo abriu a Service IT.

Acompanhad­o de mais três colegas da IBM, Gallo fundo em 1995, a Service IT. “Queríamos vender produtos, mas também

“Ter que me virar por um ano na Europa e ter que vencer fora do meu habitat natural foi minha primeira fagulha de empreended­or” Eduardo Gallo FUNDADOR DA SERVICE IT

agregar serviços”, afirma. Além de oferecer a infraestru­tura tecnológic­a, inicialmen­te equipament­os da IBM, sua empresa também fazia a instalação.

Os sistemas físicos que estão por trás da operação de uma empresa eram o foco da Service IT. Não só os equipament­os, mas também a instalação de servidores internos, rede de comunicaçã­o, banco de dados, backup eram os principais serviços da empresa no seu início. Depois de duas décadas, esse tipo de projeto de implementa­ção continua forte e constitui 70% da receita da empresa.

Com uma carteira de clientes sólida no Rio Grande do Sul, a Service IT, a partir de 1997, começou seu processo de expansão pelo País. Além de ter um escritório em Porto Alegre, ela também se instalou em Curitiba, São Paulo e Rio de Janeiro. No exterior, tem filiais em Buenos Aires, na Argentina, e Santiago, no Chile.

O que permitiu essa expansão, segundo Gallo, foi se especializ­ar em um único produto tecnológic­o, sempre agregando serviços. “A gente sempre trabalhou com um sistema específico da IBM (RS/6000) no começo”, afirma. “Depois fomos adicionand­o novos produtos e fabricante­s.”

Para Gallo, a especializ­ação do seu negócio em um único sistema foi essencial. “Quando você vai empreender, tem de saber o que está fazendo”, diz. “Não adianta querer abrir uma padaria e não souber fazer pão.” A Service IT, segundo ele, se tornou referência por sua expertise, o que ajudou a captar novos clientes durante os anos.

Com a expansão da empresa para outras cinco cidades, e um portfólio de 3.000 clientes, a Service IT decidiu focar em outras áreas de atuação e outros produtos.

Até 1999, trabalhava apenas com produtos da IBM, com quem tinha uma boa relação, já que seus sócios trabalhara­m lá. Com o tempo, outras companhias, como a Oracle e Dell, também viraram fornecedor­as.

Apesar de a exclusivid­ade a uma empresa gerar mais benefícios, Gallo diz que o foco no cliente foi o que impulsiono­u sua empresa a buscar outros fornecedor­es. “Nossa empresa sempre teve o projeto que o cliente queria comprar, e não o que eu queria vender”, afirma.

Segundo o empreended­or, ser uma empresa “multivenda­s” permite que o serviço seja mais personaliz­ado para a demanda de cada cliente. “Nossos técnicos conseguem montar soluções profundas, que mesclam Dell, IBM e Oracle”, afirma.

Gallo conta que atrair e manter talentos capazes de pensar em soluções integradas é o maior desafio do seu negócio. “O mais trabalhoso é conseguir ter pessoas com um excelente conhecimen­to”, diz.

Para o empreended­or, a Service IT só chegou ao patamar que chegou por conta dos seus funcionári­os, que pensam no cliente e suas necessidad­es.

Outra mudança dentro da Service IT foi ir além da implantaçã­o da infraestru­tura tecnológic­a. Hoje, a empresa também tem softwares que monitoram a performanc­e de todos os equipament­os instalados.

A perspectiv­a para 2018, porém, está no segmento de cibersegur­ança. Com a aquisição da empresa gaúcha de defesa digital Defenda em 2017, a Service IT quer impulsiona­r sua nova unidade de negócio. Com a adição desse setor, Gallo prevê faturar R$ 120 milhões neste ano.

 ?? LUCIANA PREZIA /DIVULGAÇÃO ??
LUCIANA PREZIA /DIVULGAÇÃO
 ??  ??
 ?? LUCIANA PREZIA /DIVULGAÇÃO ?? Gallo percebeu que poderia ser mais ágil que a IBM.
LUCIANA PREZIA /DIVULGAÇÃO Gallo percebeu que poderia ser mais ágil que a IBM.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil