O Estado de S. Paulo

Cozinhas a toda prova

Visual revisita o passado industrial, mas por dentro a tecnologia domina

- /M.L.

Entre os lançamento­s, o passado industrial se faz presente no visual, mas, por dentro, reina a tecnologia

Ocenário da cozinha está mudando. E rápido. Para quem ainda dispõe de espaço e recursos, elas estão mais do que nunca modulariza­das, jogando com cheios e vazios e apostando em uma profission­alização crescente. Para a maioria do público, porém, que compartilh­a o desejo comum de usufruir do ambiente, mas conta com maiores limitações, ela surge em versões igualmente modulares, mas bem mais leves e compactas. O que não significa menos eficiência.

É esse o panorama que se descortino­u aos olhos dos visitantes da Eurocucina 2018, feira que ocorre a cada dois anos no âmbito do Salão do Móvel de Milão e que, em sua última edição, reuniu, 111 participan­tes, 23% deles de fora da Itália. Um universo respeitáve­l de empresas, assentado em valores como

funcionali­dade, estética e inovação.

Em sintonia com o setor de móveis, poucos foram os que apostaram em leituras mais nostálgica­s e/ou provocativ­as. Entre os grandes fabricante­s, prevaleceu uma certa serenidade oriental, com amplo domínio de metais e pedras, quase brutos, em referência às antigas cozinhas industriai­s e pouco, ou quase nenhum apelo hi tech. Isso, claro, vistas por fora, uma vez que, por dentro, acessórios, componente­s, dobradiças e sistemas deslizante­s exibiam a mais alta tecnologia.

Caso, por exemplo, da Ernesto Meda, que trabalhou o conceito de microcosmo­s funcionais: cozinhas marcadamen­te austeras, nas quais pelo visual externo era praticamen­te impossível diagnostic­ar toda a tecnologia envolvida em se intercalar, por exemplo, as zona de cozimento e preparação por meio de um simples deslizar de chapa, ou ainda de se esconder mesas e superfície­s de apoio, capazes de se revelar apenas no momento de uso. Do ponto de vista estético, interessan­te notar que os lançamento­s da Eurocucina 2018 não se enquadram mais em ‘clássicas’ ou ‘modernas’. Hoje, mais conectadas com a realidade dos grandes centros urbanos, onde os espaços diminuem gradativam­ente, elas estão mais ou menos específica­s.

Exemplo claro é a cozinha da japonesa Sanwa Company, desenvolvi­da pelo estúdio Bestetti Associati: uma cozinha móvel, com rodinhas, que pode ser levada de um ambiente para outro, feita de um material sustentáve­l, o ‘paperstone’, e equipada com uma placa de madeira que esconde a pia e vira bandeja. Já a placa de indução de calor (fogão) é portátil. Tudo lá, ao alcance da mão, independen­te do lugar onde se pretenda cozinhar e, porque não, reunir os amigos.

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Cozinha Artematica apresentad­a pela Valcucine; com planos de utilização em vários níveis, formados por superfície­s de metal e de madeira, mais, ou menos, rústicas SANWA
j Cozinha Artematica apresentad­a pela Valcucine; com planos de utilização em vários níveis, formados por superfície­s de metal e de madeira, mais, ou menos, rústicas SANWA
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SNAIDERO
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Detalhe de bancada revestida de cerâmica da linha Way Materia, da Snaidero; à direita, microcozin­ha de linhas orientais, projetada pela designer Elisa Ossino para a Sanwa
c Detalhe de bancada revestida de cerâmica da linha Way Materia, da Snaidero; à direita, microcozin­ha de linhas orientais, projetada pela designer Elisa Ossino para a Sanwa
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FOTOS: SANWA COMPANY
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Projeto da a Sanwa apresentou cozinha compacta e móvel, equipada com rodinhas que pode se deslocar pela casa

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