Humala analisa pedir asilo, diz ex-vice do Peru
O ex-presidente peruano Ollanta Humala (2011-2016) analisa pedir asilo político na Venezuela, em Cuba ou na Bolívia, alegando ser perseguido em seu país. O anúncio foi feito no fim de semana por Omar Chehade, que foi seu vice-presidente, em declarações à agência EFE.
Humala estava preso desde julho de 2017, acusado de recebimento de propina da construtora brasileira Odebrecht. Na quinta-feira, a Justiça revogou a prisão preventiva dele e da mulher, Nadine Heredia, e ordenou que os dois aguardem em liberdade até serem julgados. Eles podem ser libertados hoje.
Segundo Chehade, que rompeu com Humala e criticou a decisão da Justiça de libertá-lo, o ex-presidente poderia recorrer a uma “embaixada de país amigo que queira recebê-lo”.
O ex-vice-presidente afirmou ainda que o caso pode causar problemas diplomáticos para o Peru. “Se umaembaixada, por agradecimento político ou afinidade ideológica , o recebe e ou dá asilo, é evidente que poderia resultar em problemas.”
Propinas. Humala e sua mulher são investigados por lavagem de dinheiro e, se forem condenados, podem pegar até 20 anos de prisão. A Odebrecht afirma ter dado US$ 3 milhões para a campanha eleitoral do ex-presidente, em 2011.
Ontem, o procurador peruano responsável pelo caso, Rafael Vela, afirmou que a libertação do casal não significa uma derrota do Ministério Público e não anula as provas colhidas até agora, mas advertiu que u ma eventual fuga de Humala não será responsabilidade do órgão.