4 PERGUNTAS PARA...
1.
Você diz que não há uniformidade na regra para intermediários, que varia de país a país. Poderia explicar um pouco melhor isso?
Todos os países precisam obedecer à regulamentação, que é mínima. A Fifa, em 2015, passou a responsabilidade para cada federação. Há países que exigem a contratação de um seguro, outros exigem idoneidade bancária, alguns não exigem nada. Há discrepâncias comercias e regulatórias. Isso acaba fazendo com que em alguns locais seja mais fácil ser agente do que em outros. Não faz sentido. A atividade é a mesma, não importa se você faz negócio no Paraguai, na China ou no Brasil.
2.
Você também argumenta que o aumento no número de intermediários levou a uma queda de qualidade do serviço prestado. Como assim? O agente Fifa era especializado, sabia operar dentro do mercado. E agora há uma pulverização de agentes, e não são pessoas necessariamente desse mercado. Tem gente que não faz ideia do que está fazendo. O agente tem de cuidar da carreira do jogador, para que tenha uma boa assessoria de imprensa, marketing, bons acordos comerciais. Antes, o agente ganhava nos dois lados, na transferência e no lado comercial. Hoje ele só se preocupa com a intermediação do negócio.
3.
Em fevereiro de 2017, a CBF publicou alteração referente à comissão paga aos intermediários. O recomendado é 3% da remuneração bruta até o fim do contrato, mas se tornou possível negociar entre as partes esse porcentual. Isso foi determinante para que se chegasse ao cenário atual?
Acho que não. Esse número de 3% foi uma tentativa da Fifa de sugerir um patamar, mas ela sabe que se o mercado nacional falar que o porcentual é 10%, vai ser 10%. Eu nunca vi uma transação com 3%. O habitual em qualquer país é 10%.
4.
É possível afirmar que o número de negociações por fora supere as declaradas oficialmente?
Difícil dizer quanto é movimentado por fora. O que seria essa por fora? Pagamento de comissão? Direito econômico? Outro tipo de valor não regulamentado? Pode-se supor que o valor seja maior. Agora, cravar seria um pouco leviano.