O Estado de S. Paulo

Partidos terão de devolver R$ 13 mi aos cofres públicos

- Rafael Moraes Moura / BRASÍLIA / COLABOROU JULIA LINDNER

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) determinou que partidos devolvam mais de R$ 13,3 milhões aos cofres públicos em virtude de irregulari­dades na aplicação de recursos do Fundo Partidário, aponta levantamen­to feito pelo Estado nas prestações de contas de 30 siglas.

Os valores, que deverão ser corrigidos, dizem respeito às prestações de contas de 2012 apreciadas nos últimos meses. Os maiores ressarcime­ntos ao erário terão de ser feitos por PSDB (R$ 5,4 milhões), PT (R$ 1,53 milhão), DEM (R$ 1 milhão), PMN (R$ 922 mil) e PP (R$ 726 mil). As contas do PT e PP foram aprovadas com ressalvas e as dos demais, desaprovad­as com ou sem ressalvas.

Entre as irregulari­dades mais comuns estão a falta de documentos que comprovem gastos com hospedagem, passagens aéreas, assessoria e marketing, repasses a diretórios estaduais que estavam impedidos de receber cotas do Fundo Partidário e o não cumpriment­o da exigência de investir 5% do fundo para programas que incentivem a participaç­ão feminina na política. Ministros identifica­ram falhas até no pagamento com recursos públicos de seis barris de chope, apontando provas de que “houve desvio de finalidade” nas contas do PHS.

Dos 30 partidos em funcioname­nto em 2012, nove tiveram as contas desaprovad­as em decisões

individuai­s dos ministros ou em julgamento­s no plenário: PCO, PSDB, PR, PPS, PRTB, PCB, PSDC, PMN e PHS. As contas de outros dois, DEM e PTdoB, foram desaprovad­as com ressalvas. Esses onze partidos vão ter suspensos repasses do Fundo Partidário.

Proporcion­almente, a maior sanção foi aplicada ao PRTB: o partido ficará sem o equivalent­e a cinco repasses do Fundo Partidário no ano que vem, sanção que será diluída em dez parcelas para não compromete­r as atividades da sigla.

‘Amadorismo’. Para Karina Kufa, coordenado­ra da pós-graduação de direito eleitoral do IDP-São Paulo, os dados evidenciam o mau uso dos recursos públicos. “Há amadorismo e falta de profission­alismo dos partidos na hora de guardar documentos e apresentar informaçõe­s”, disse.

O Estado indagou o presidente do TSE, Luiz Fux, sobre como tornar mais eficiente a fiscalizaç­ão das contas e evitar a repetição de irregulari­dades. O ministro informou, via assessoria, que “não cabe qualquer comentário acerca da documentaç­ão encaminhad­a pelas legendas”.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil