O Estado de S. Paulo

Redução de juros da Caixa traz mais esperança ao mercado

-

Fazer com que a prestação da casa própria caiba no bolso do comprador é sonho de todo cidadão e desafio permanente­mente enfrentado pelo setor imobiliári­o. E a solução reside em três pilares: renda, juro menor e prazo maior.

A adequada política monetária até então adotada pelo Banco Central permitiu que a taxa básica de juros (Selic) finalmente chegasse a um dígito. Conforme estimativa­s, é possível que terminemos 2018 na casa dos 6,25% ao ano.

Esperava-se que, com os cortes sucessivos, iniciados desde 2017, os juros das operações de crédito imobiliári­o caíssem. Mas isso não aconteceu da maneira imaginada. Demorou para que os bancos privados começassem a acompanhar a tendência e era grande a expectativ­a do setor quanto à resposta do principal agente da habitação: a Caixa Econômica Federal.

Historicam­ente, e por concentrar as operações financiada­s com recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), a participaç­ão da Caixa é de aproximada­mente 65% do total dos empréstimo­s concedidos no País. Assim, sua decisão de diminuir os juros – o que não ocorria desde novembro de 2016 – foi mais que bem-vinda.

Juro mais baixo amplia substancia­lmente o número de famílias aptas à obtenção do empréstimo. Exemplo: na aquisição de uma unidade nova de R$ 250 mil (com 80% do valor financiado), a queda de 10,25% para 9% representa, em 20 anos, uma diferença de R$ 25 mil de juros no bolso do comprador. A diferença entre a prestação inicial e a renda exigida do tomador do financiame­nto cai mais de 8%.

Outra importante medida foi a elevação do teto de financiame­nto de imóveis usados de 50% para 70%, retornando ao patamar que vigorou até setembro de 2017. Comisso, aparcela de entradaé meno remais famílias têm acessoà moradia. E, como és abi do, abo adinâmica do mercado de usados alavanca o mercado de moradias novas.

Se considerar­mos o início da retomada de produção e venda de imóveis, a partir do último trimestre do ano passado, a medida da Caixa contribui decisivame­nte para a continuida­de desse processo.

Este ano, o orçamento para o crédito habitacion­al pela instituiçã­o é de R$ 82 bilhões. Mas é possível que seja revisto (e par acima ), pois ageração de empregos pelo aqueciment­o da economia (diretament­e fomentado pelas atividades imobiliári­as) representa mais recursos disponívei­s.

A perspectiv­a de ampliara oferta de moradia digna para mais brasileiro­s é positiva. Mantida a estabilida­de econômica e, principalm­ente, a garantia de que o FGTS permanecer­á integralme­nte preservado em suas finalidade­s precípuas, sem mudanças em regras de saque ou ameaças de destinaçõe­s diferentes, temos a expectativ­a de um incremento de 10% de famílias contemplad­as com acasa própria em comparação como ano anterior. Vamos acreditar.

“Com redução dos juros pela Caixa e, principalm­ente, preservaçã­o do FGTS, número de famílias contemplad­as com a casa própria pode crescer 10% em 2018”

 ??  ?? Rodrigo Luna*
Rodrigo Luna*

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil