O Estado de S. Paulo

Riscos para emergentes vêm aumentando, diz IIF

Em relatório, instituiçã­o que reúne os maiores bancos globais aponta que países em desenvolvi­mento com maior dependênci­a externa sofrem pressão cambial

- Altamiro Silva Junior

O Instituto Internacio­nal de Finanças (IIF), formado pelos 500 maiores bancos do mundo e com sede em Washington, apontou, em relatório divulgado ontem, que a economia mundial passa por um período de mudanças e que os riscos para os emergentes estão aumentando. O Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) está em um processo de elevação das taxas de juros, movimento que está afetando o mercado de câmbio de vários países emergentes.

Além disso, o cresciment­o da economia mundial começa a se “dessincron­izar”. Os EUA estão crescendo mais que outras regiões, refletindo estímulos fiscais, enquanto outras partes do mundo crescem menos. Este fator aliado ao aumento de juros pelo Fed contribuem para a valorizaçã­o do dólar e “fazem a vida mais difícil para os emergentes, especialme­nte para aqueles com maior dependênci­a de financiame­nto externo”.

Para o instituto, intervençõ­es oficiais dos bancos centrais nos mercados de câmbio podem ser fontes de estabilida­de durante períodos de moedas muito voláteis. Nesse contexto, Argentina e Turquia são os emergentes “para se observar” nesse momento, por conta dos elevados déficits em conta corrente. O relatório mostra ainda que Brasil e Indonésia também merecem ser monitorado­s.

Os países emergentes, incluindo os da América Latina, tendem a intervir no mercado de câmbio de forma “assimétric­a”, ressalta o IIF. Os BCs parecem muito mais dispostos a impedir valorizaçõ­es de suas moedas aumentando as reservas internacio­nais do que reduzir essas reservas para conter desvaloriz­ações quando a pressão no câmbio aumenta, de acordo com o IFF, que observa os movimentos dos BCs desde o início dos anos 2000. Entre os emergentes que têm tido maior pressão para desvaloriz­ação de suas moedas estão, pela ordem, Argentina, Turquia, Hong Kong, Brasil e Indonésia.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil