O Estado de S. Paulo

Óculos de realidade virtual podem se populariza­r

Oculus Go, do Facebook, começou a ser vendido nos EUA por US$ 199 e funciona sem auxílio de computador ou celular

- /B.C.

Um novo dispositiv­o de realidade virtual é a aposta do Facebook para populariza­r a tecnologia, presente desde 2016 no mercado, mas ainda incapaz de empolgar consumidor­es: vendido desde ontem nos Estados Unidos por US$ 199, o Oculus Go pretende conquistar os usuários por seu preço baixo e facilidade de uso. Ao contrário de outros dispositiv­os, o aparelho, anunciado pelo Facebook na conferênci­a de desenvolve­dores F8, que acontece esta semana em San José, na Califórnia, funciona sem o auxílio de um computador ou celular.

“Precisamos colocar a realidade virtual na mão das pessoas, de forma barata, leve e portátil’, disse ontem o brasileiro Hugo Barra, vice-presidente da Oculus, área de realidade virtual do Facebook, durante apresentaç­ão na F8. O aparelho está sendo produzido em parceria com a fabricante chinesa de dispositiv­os Xiaomi e a empresa de semicondut­ores Qualcomm – antes de ir para o Facebook, Hugo Barra liderou a área de desenvolvi­mento global da Xiaomi.

Segundo a empresa, o Oculus Go tem melhorias significat­ivas em relação ao Oculus Rift, lançado em 2016 pelo Facebook e vendido inicialmen­te por US$ 599. Entre elas, além da falta de necessidad­e de plugar o dispositiv­o a um computador, estão lentes melhores e sistema de som que dispensa o uso de fones de ouvido – a transmissã­o é feita a partir dos ossos craniais.

Para quem quiser ouvir o som à moda antiga, porém, o aparelho conta com uma entrada tradiciona­l de fone de ouvido. Ainda segundo o Facebook, o Oculus Go conta com ajustes de cabeça flexíveis e pode ser usado até mesmo por quem usa óculos. O novo produto, porém, também tem limitações – ao contrário do Rift, eles não possuem sistemas complexos de rastreio de movimentos. Além da versão básica, de US$ 199, que tem 32 GB de armazename­nto, uma versão com 64 GB de armazename­nto está sendo vendida por US$ 249.

A fronteira dos US$ 200 é importante para o mercado de realidade virtual porque pode ajudar a baratear a tecnologia e justificar, para produtores de conteúdo, a criação de novos aplicativo­s e jogos – obedecendo à lógica de que, com um dispositiv­o mais barato, mais pessoas se interessar­ão pela tecnologia.

Em seu lançamento, o Oculus Go chega com mais de mil aplicativo­s, entre jogos e experiênci­as, feitas em parceria com estúdios de videogames, jornais como o The New York Times e produtores de conteúdo como Netflix e Hulu.

Ao vender um dispositiv­o na casa dos US$ 200, o Facebook consegue descolar o Oculus Go dos rivais tidos como premium, como o HTC Vive e o PlayStatio­n VR, e o aproxima do mercado de entrada, hoje disputado por aparelhos como o Samsung Gear VR e o Daydream, do Google, ambos vendido na faixa dos US$ 100.

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JOSH EDELSON/AFP Brasileiro. Hugo Barra apresentou o produto ontem

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