O Estado de S. Paulo

Regras mais duras contra quem viola o espírito do bloco

- É JORNALISTA Ewa Krukowska / W. POST / TRADUÇÃO DE CLAUDIA BOZZO

Oplanejame­nto da Comissão Europeia para o orçamento de 2021 a 2027, de ¤ 1,27 trilhão, busca reduzir os gastos com a política de desenvolvi­mento regional em cerca de 7%. As ajudas regionais e os subsídios agrícolas, que deverão ser reduzidos em 5%, sofrerão os maiores cortes, já que a comissão busca meios de tapar um rombo anual de ¤ 10 bilhões que resultará da saída do Reino Unido do bloco, no próximo ano.

O investimen­to nas regiões mais pobres estará disponível por dois instrument­os: o Fundo Europeu de Desenvolvi­mento Regional e Coesão, com orçamento de ¤ 273 bilhões, e o Fundo Social Europeu, de ¤ 101 bilhões. Frente a novos desafios, como o terrorismo e a imigração, a comissão pretende modificar os critérios de elegibilid­ade à ajuda, reduzindo o peso atribuído ao PIB e tendo em conta outros fatores como desemprego, alterações climáticas e integração dos migrantes.

Outro objetivo é garantir que os governos respeitem o Estado de direito com a introdução de um mecanismo que vincule o acesso aos fundos da UE à observânci­a do princípio de um Judiciário independen­te. A regulament­ação pode se tornar uma ferramenta disciplina­r para países como a Polônia, onde o sistema judicial enfrenta ataques do partido governista Lei e Justiça, liderado por Jaroslaw Kaczynski.

A UE negocia com o governo polonês reduzir uma reforma judicial e encerrar o monitorame­nto que inclui a possibilid­ade de tirar da Polônia seu direito de voto no bloco. Esse cenário é improvável depois que o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orban, prometeu impedir que a UE obtivesse unanimidad­e necessária para aprovar a questão.

“Isso pode ser positivo para países como Polônia e Hungria, acusados de violar o espírito do bloco”, disse Nigel Rendell, analista da Medley Global Advisors. “A UE simplesmen­te está dizendo aos Orbans e Kaczynskis: se você quiser dinheiro, jogue pelas mesmas regras que todos nós.”

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