EXCESSO DE DOAÇÕES LOTA IGREJA NO CENTRO
Por falta de espaço, paróquia e movimento recusaram parte das roupas
Aquantidade de doações para os desabrigados foi tão grande que, já na manhã de ontem, a Igreja Nossa Senhora do Rosário, no centro, fechou as portas para a entrega de mais alimentos e roupas, por falta de espaço. Quem tentava deixar sacolas no local tinha o pedido negado pelo vigia, que alegava lotação. O próprio movimento de moradia que morava no prédio está recusando roupas.
Os moradores pedem marmitex e fraldas. Por falta de cozinha comunitária no local, doações como arroz, feijão e óleo estão empilhadas, sem que possam ser utilizadas. Os desabrigados estão se alimentando de lanches como pães e bolachas desde anteontem.
As atividades da igreja foram temporariamente suspensas, pois todo o saguão foi tomado por pilhas de roupas e alimentos Os bancos foram afastados para que todo o material coubesse. Até o fim da manhã, a Cruz Vermelha já havia contabilizado 5 toneladas de sacolas.
A assistente social Maria Luiza Lopes, de 59 anos, saiu chegou com seis sacolas de roupas, sapatos e itens de higiene. “Temos de estar abertos e com esse olhar de ajudar os outros. Só rezar não é nada.”
Moradora do prédio havia cinco anos, Lohany Mickely, de 37 anos, dormiu em um colchão doado em frente à igreja. Ela disse que a noite foi “estranha e tranquila” e ainda não sabia ontem, durante o dia, iria dormir.
Falsos moradores. Segundo Josi, uma das líderes do movimento que ocupava o prédio, pessoas que não viviam no local se passavam por moradores ontem. Mas, diz ela, eles eram denunciados pelas vítimas da tragédia. “Sabíamos quem morava ali.” À noite, integrantes do movimento usaram grades que a polícia havia colocado no entorno para evitar a chegada de falsos moradores e houve um princípio de confusão com a PM.