O Estado de S. Paulo

Executiva brasileira é achada morta na Austrália

Polícia local investiga homicídio e ex-namorado da vítima é o principal suspeito; Cecília Haddad, de 38 anos, fez carreira em grandes empresas

- Jorge Bechara ESPECIAL PARA O ESTADO / SYDNEY AGÊNCIAS INTERNACIO­NAIS /COM

O corpo de uma executiva brasileira de 38 anos, identifica­da como Cecília Haddad, foi encontrado em um rio de Sydney no último domingo. A causa da morte ainda não foi determinad­a por autópsia, mas a polícia australian­a investiga o caso como assassinat­o.

O principal suspeito do crime é um ex-namorado da vítima, que estava em Sidney no dia morte e logo depois viajou para o Rio de Janeiro. Amigos dele dizem que ele teria antecipado a volta para o Brasil.

Cecília foi vista na última sexta-feira em um churrasco e conversou com amigos por telefone no dia seguinte. A polícia foi informada sobre o desapareci­mento após ela não ter ido a vários compromiss­os no sábado e não atendeu a telefonema­s.

O carro da vítima, um Fiat 500 sedã vermelho de 2013, foi achado na estação de trem West Ryde, perto do bairro de classe média alta em que ela morava. O corpo foi encontrado por canoístas no Rio Lane Cove, também na mesma região.

Os investigad­ores do Departamen­to de Homicídios da Polícia do Estado de New South Wales tem imagens da vítima pouco antes do desapareci­mento. Também estão entrevista­ndo vizinhos e amigos de Cecília em busca de pistas. A mãe dela, que mora no Brasil, está a caminho da Austrália para acompanhar os trâmites.

Carreira e voluntaria­do. Cissa, como era conhecida, tinha vários amigos na cidade e vivia na Austrália há 11 anos. Já foi gerente de operações da mineradora anglo-australian­a BHP e também trabalhou como chefe de Planejamen­to de Operações para a empresa de fretes Pacific National. Em julho do ano passado, fundou a empresa CHC, oferecendo consultori­a em eficiência e produtivid­ade.

No Brasil, havia atuado nos escritório­s da Vale no Rio em 2006 como analista de compras e na empresa de engenharia Promon. Fluente em espanhol e inglês, era formada em Logística de Engenharia Industrial pela Pontifícia Universida­de Católica (PUC) do Rio e em Gerência de Sistemas de Carga pela Universida­de da Tasmânia, na Austrália. Cecília ainda era voluntária na organizaçã­o de caridade para deficiente­s Hireup.

“Acredito que ainda estou em negação, para ser honesta. Mas todos nós temos de ser muito fortes e conseguir justiça para Cissa, além de dar tudo o que for possível à polícia”, disse ao jornal The Sydney Morning Herald Carolina Câmara, que conhecia a vítima há 11 anos. Segundo a imprensa australian­a, amigos da vítima disseram à polícia que ela vinha usando aplicativo­s de relacionam­ento após ter se divorciado. O Estado não conseguiu localizar ontem a família ou amigos de Cecília.

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PAUL BRAVEN/EFE Polícia. Corpo de Cecília foi achado por canoístas no Rio Lane Cove; carro estava em estação de trem

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