O Estado de S. Paulo

Toyota abre terceiro turno e contrata 870

Montadora japonesa terá fábricas operando 24 horas no Brasil pela primeira vez

- Cleide Silva COLABORARA­M RENAN TRUFFI E TÂNIA MONTEIRO

A Toyota anunciou ontem a abertura de 870 vagas para as fábricas de Sorocaba e Porto Feliz, ambas em São Paulo. O reforço na mão de obra é para o início do terceiro turno de trabalho nas duas unidades a partir de novembro.

Será a primeira vez em 60 anos de sua chegada ao Brasil que a Toyota terá fábricas operando 24 horas ininterrup­tas, medida incomum em empresas japonesas. Das novas vagas, 700 serão para a unidade de Sorocaba, que produz o compacto Etios, e 130 para a de Porto Feliz, onde são feitos motores.

O presidente da Toyota do Brasil, Rafael Chang, disse também que outros 700 empregos serão gerados na cadeia de fornecedor­es de autopeças. Ele fez o anúncio ao presidente Michel Temer durante audiência em Brasília na tarde de ontem.

Com a criação do terceiro turno, a capacidade de produção na fábrica de Sorocaba será ampliada de 108 mil para 160 mil unidades por ano. Hoje, ela emprega 2,2 mil pessoas e opera com horas extras. Porto Feliz tem 460 funcionári­os.

No fim deste semestre, a Toyota também iniciará na unidade a produção do compacto

premium Yaris. O novo modelo será posicionad­o entre o Etios e o sedã Corolla, que é fabricado em Indaiatuba (SP).

Em setembro, quando anunciou investimen­tos de R$ 1 bilhão para produzir o novo automóvel,

a montadora informou que seriam criadas 500 vagas (300 na empresa e 200 nos fornecedor­es), mas, com a melhora do mercado, refez o número.

Nos quatro primeiros meses do ano, a marca vendeu 60,8 mil veículos, 10,3% a mais que em igual período do ano passado. Neste ano, até março, as montadoras abriram 2,9 mil vagas – empregam agora 131,2 mil pessoas.

Rota. Após a visita à Temer, Chang elogiou o programa Rota 2030, que está parado nas mãos do governo desde janeiro, quando deveria ter entrado em vigor. Agora, a previsão é que seja anunciado nos próximos dias.

“Isso que estamos esperando vai dar muita previsibil­idade para as empresas fazerem investimen­to. O mundo caminha para novas tecnologia­s e o Brasil não pode ficar fora desse jogo”, disse. “O Rota 2030 vai dar muitos componente­s de competitiv­idade para o Brasil, como segurança e eficiência energética.”/

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