O Estado de S. Paulo

Bean to bar do Amapá a São Sebastião

- Ana Paula Boni

Variedades de cacau do sul da Bahia, do Amapá e até de São Sebastião, em São Paulo, preenchem 15 novas barras de chocolate bean to bar que chegam ao mercado. Feitas por chocolatei­ros integrante­s da Associação Bean to Bar Brasil, elas podem ser encontrada­s de hoje a domingo na Bean to Bar Chocolate Week, organizada pela associação. O evento, que promove palestras e cursos de pesos-pesados mundiais, terá o lançamento de uma marca de chocolate, a Baianí. Outras já conhecidas lançam novas barras, caso de Luisa Abram, Mission Chocolates, Casa Lasevicius e Raros Fazedores de Chocolate.

Nesse mundo de pequenos produtores, em que tudo é feito em microlotes (desde a produção das amêndoas do cacau até as barras de chocolate), é possível ter amplo leque de variedade, mesmo que cada lote renda poucas barras. As barras também são menores que as do mercado e vão em geral de 20g a 60g.

Como está em jogo a denominaçã­o de origem, o terroir, os chocolates bean to bar em geral só levam açúcar na composição (ou, se levam leite, ainda assim mantêm o alto teor de cacau), sem emulsifica­ntes. Assim, resultam em barras de sabor mais intenso, mais amargas, mas ricas em detalhes de aromas e sabores – sem as misturas que a indústria pratica para mascarar defeitos.

“No Brasil, a indústria selecionou nosso cacau pela produtivid­ade. Mas é impossível ter qualidade numa quantidade muito grande”, pondera Bruno Lasevicius, da Casa Lasevicius, que recentemen­te fez testes com cacau que trouxe do Equador, onde a cultura do chocolate remonta a séculos. Para Arcelia Gallardo, da Mission Chocolates e também presidente da associação, é o microlote que vai determinar as nuances de um chocolate. “O cacau que compro de Juliana Aquino, do Baianí, é completame­nte diferente do de João Tavares (produtor baiano). Se você vai fazer um blend, você perde as caracterís­ticas de cada um.”

Assim como Bruno e Arcelia, os outros chocolatei­ros desta página também pesquisam in loco o cacau que usam em suas fabriqueta­s em São Paulo. No caso do Baianí, as amêndoas são da fazenda dos próprios donos, que fica na Bahia – fazendo o processo se estender do bean to bar (do grão à barra) ao tree to bar (da árvore à barra). Confira as novidades nesta página. Onde. Dias 3 e 4 (a partir de R$ 350 os dois dias de palestras) e dias 5 e 6 (feirinha com entrada gratuita). Programaçã­o em beantobarb­rasil.com.br.

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