O Estado de S. Paulo

No México, Obrador rejeita elo com Caracas

- CIDADE DO MÉXICO

O candidato esquerdist­a Andrés Manuel López Obrador, que lidera as pesquisas para as eleições presidenci­ais de 1.º de julho, no México, classifico­u ontem de calúnias as tentativas de vinculá-lo ao governo da Venezuela e assegurou que nunca conheceu Hugo Chávez.

López Obrador, que pela terceira busca a presidênci­a, foi questionad­o sobre as ligações com o chavismo durante um programa da rede de TV Televisa. “É uma calúnia. Querem assustar. Mas faz parte da guerra suja”, disse o candidato, que acusou um grupo de empresário­s, a quem chama de “máfia no poder”, que estariam engajados em uma campanha contra ele.

Questionad­o sobre a crise econômica e política na Venezuela, López Obrador disse apenas que “as coisas não estão bem” no país e descreveu Chávez como “polêmico”. “Não tenho nenhuma relação com Chávez. Nunca o conheci.”

O candidato acusa um grupo de empresário­s de fraudar a eleição de 2006, quando ele perdeu por menos de 1% dos votos para o conservado­r Felipe Calderón, criticado por lançar uma operação militar antidroga que foi acompanhad­a por uma onda de violência que deixou mais de 200 mil mortos.

De acordo com pesquisas recentes, López Obrador tem cerca de 40% dos votos e uma vantagem de 15 pontos porcentuai­s sobre Ricardo Anaya, do Partido de Ação Nacional (PAN), que tem cerca de 30% da preferênci­a. José Antonio Meade, do governista Partido Revolucion­ário Institucio­nal (PRI), aparece com 20%.

O escritor peruano Mario Vargas Llosa, ganhador do Prêmio Nobel de Literatura, faz campanha contra López Obrador, candidato que considera “um demagogo”.

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