Bombeiros continuam buscas por vítimas
Trabalho foi reforçado na parte de trás do prédio; incêndio e queda do edifício atraíram a atenção de especialistas, que coletam material na área
O Corpo de Bombeiros intensificou o trabalho de buscas por vítimas na parte posterior do prédio Wilton Paes de Almeida. Segundo o porta-voz da corporação, o capitão Marcos Palumbo, as chamas não alcançaram essa área do edifício e nessa região há maior probabilidade de localizar vítimas com vida.
Na sexta-feira, foi localizado o corpo de Ricardo Oliveira Galvão Pinheiro. “O corpo estava afetado pela queda e por ter sido atingido pelos escombros. Mas não havia queimaduras.”
Cinco pessoas são consideradas oficialmente desaparecidas. “Segundo o relato dos moradores, essas pessoas estavam até o quarto andar. Nós temos que retirar o entulho até chegar à altura desse pavimento para acessar essas vítimas.”
Segundo o capitão, os bombeiros estão trabalhando com a “remoção seletiva de entulho”. Todo o material é levado para um aterro que a Prefeitura separou especificamente para os escombros do prédio.
Igreja. Ontem, de acordo com o tenente-coronel Humberto César Leão, a corporação reforçou o isolamento na igreja luterana a pedido do pastor Frederico Carlos Ludwig para que os materiais fossem guardados. “Isolamos porque o pastor pediu todo cuidado possível com esse material, que pode vir a ser usado na reconstrução da igreja. Os tijolos, revestimentos e outros itens estão sendo separados para essa possível utilização”, afirmou o tenente.
Estudo. O colapso do edifício após o incêndio atraiu a atenção de pesquisadores das áreas de engenharia e arquitetura.
Paulo Helene, diretor técnico do Instituto Brasileiro do Concreto (Ibracon) e professor da USP, coletou amostras da estrutura para testes em laboratório. “Coletamos pedaços de concreto e aço para entender o que aconteceu. Uma estrutura desse porte não deveria cair tão rapidamente, 1h15 de incêndio é muito pouco tempo.”
Segundo Helene, algumas variáveis colaboraram para a propagação rápida do fogo. “Os fossos de elevador e a falta de paredes ajudaram a propagar as chamas. Os madeirites usados pelos moradores alimentaram o fogo. Ainda assim, um edifício em geral suporta um incêndio. Ele ter caído é estranho”, diz.