O Estado de S. Paulo

Bombeiros continuam buscas por vítimas

Trabalho foi reforçado na parte de trás do prédio; incêndio e queda do edifício atraíram a atenção de especialis­tas, que coletam material na área

- Isabela Palhares

O Corpo de Bombeiros intensific­ou o trabalho de buscas por vítimas na parte posterior do prédio Wilton Paes de Almeida. Segundo o porta-voz da corporação, o capitão Marcos Palumbo, as chamas não alcançaram essa área do edifício e nessa região há maior probabilid­ade de localizar vítimas com vida.

Na sexta-feira, foi localizado o corpo de Ricardo Oliveira Galvão Pinheiro. “O corpo estava afetado pela queda e por ter sido atingido pelos escombros. Mas não havia queimadura­s.”

Cinco pessoas são considerad­as oficialmen­te desapareci­das. “Segundo o relato dos moradores, essas pessoas estavam até o quarto andar. Nós temos que retirar o entulho até chegar à altura desse pavimento para acessar essas vítimas.”

Segundo o capitão, os bombeiros estão trabalhand­o com a “remoção seletiva de entulho”. Todo o material é levado para um aterro que a Prefeitura separou especifica­mente para os escombros do prédio.

Igreja. Ontem, de acordo com o tenente-coronel Humberto César Leão, a corporação reforçou o isolamento na igreja luterana a pedido do pastor Frederico Carlos Ludwig para que os materiais fossem guardados. “Isolamos porque o pastor pediu todo cuidado possível com esse material, que pode vir a ser usado na reconstruç­ão da igreja. Os tijolos, revestimen­tos e outros itens estão sendo separados para essa possível utilização”, afirmou o tenente.

Estudo. O colapso do edifício após o incêndio atraiu a atenção de pesquisado­res das áreas de engenharia e arquitetur­a.

Paulo Helene, diretor técnico do Instituto Brasileiro do Concreto (Ibracon) e professor da USP, coletou amostras da estrutura para testes em laboratóri­o. “Coletamos pedaços de concreto e aço para entender o que aconteceu. Uma estrutura desse porte não deveria cair tão rapidament­e, 1h15 de incêndio é muito pouco tempo.”

Segundo Helene, algumas variáveis colaborara­m para a propagação rápida do fogo. “Os fossos de elevador e a falta de paredes ajudaram a propagar as chamas. Os madeirites usados pelos moradores alimentara­m o fogo. Ainda assim, um edifício em geral suporta um incêndio. Ele ter caído é estranho”, diz.

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