Brasileiro é ‘intruso’ no mountain bike
O brasileiro Henrique Avancini parece um “intruso” no ranking mundial do mountain bike. O ciclista aparece na quarta posição, atrás apenas do campeão olímpico Nino Schurter e de dois franceses. Está à frente de diversos ciclistas de países tradicionais na modalidade, como Nova Zelândia, República Checa, Alemanha, Suíça, Itália, Áustria e Espanha. É a melhor colocação de um brasileiro.
“Eu tenho tido uma evolução muito grande, principalmente nas últimas temporadas. Se for ver a minha curva de ascensão em comparação com a dos outros competidores, a minha é mais íngreme”, comemora o ciclista carioca de 29 anos, que entre os bons resultados no ano conquistou uma inédita oitava colocação em etapa da Copa do Mundo UCI MTB XCO e um terceiro lugar na Cape Epic 2018, ambos torneios tradicionais.
Claro que não existe mágica para o sucesso de Avancini. Ele mesmo alerta que seus adversários já estão de olho nas suas pedaladas. “Sempre dizemos que o resultado vem com o treino. Só que eu estou treinando mais que todo mundo no momento. O pessoal falava que eu treinava demais, que iria estourar, mas não quebrei e estou evoluindo. Quero continuar assim e treinando mais ainda”, diz.
Avancini faz parte da equipe Cannondale Factory Racing e tem um grande objetivo para a temporada: melhorar sua posição
em relação ao último Mundial de Mountain Bike, em setembro, quando bateu na trave e ficou na quarta colocação, melhor resultado da história de um atleta da América Latina, inclusive. “Quero me manter entre os top 5 no ranking”, diz o atleta, que cortou gastos depois dos Jogos do Rio, quando os recursos no esporte diminuíram drasticamente.
O Mundial deste ano será disputado em Lenzerheide, na Suíça, em setembro. Além de Avancini, outros brasileiros têm conquistado bons resultados. No masculino, Luiz Henrique Cocuzzi está na 35.ª posição. Ele conquistou recentemente o Campeonato Pan-Americano. Já o Brasil ocupa a oitava posição no ranking das nações.
No feminino, Raiza Goulão está atualmente na nona colocação. Como nação, o Brasil está em 13.º na categoria. “É um bom momento para os atletas do País e fico feliz com esse crescimento. Espero que meus resultados ajudem a motivar ainda mais os outros atletas para mostrar que é possível chegar longe, mesmo não sendo de um país tradicional na modalidade”, comenta Avancini.