O Estado de S. Paulo

Mais dois meninos

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Há luz no fim do túnel em condição de iluminar o futebol brasileiro ainda nesta temporada. Refiro-me a Pedrinho, do Corinthian­s, e Rodrygo, do Santos. São dois meninos já entre homens formados do nosso futebol. É preciso ter carinho com esses dois, porque, além de meninos, são bons de bola, não temem a marcação e pedem passagem para jogar.

Fábio Carille trata Pedrinho com cuidado no Corinthian­s. Sabe do potencial do atacante, de sua condição técnica, com destaque para os dribles e caminhadas objetivas ao gol, mas ainda tem na cabeça dúvida de como usá-lo, se desde o começo das partidas ou no decorrer da disputa, se uma parte do jogo ou ele inteiro. Carille não é bobo, teve Mano Menezes e Tite como professore­s. Seu cuidado com Pedrinho, no meu modo de ver, diz mais respeito à fragilidad­e física do atleta do que a qualquer outra situação de jogo.

Pedrinho não é chamado Pedrinho por acaso. Ele é franzino, frágil diante dos brutamonte­s da marcação. Uma coisa é o menino brilhar diante dos rivais da sua idade e peso. Outra é enfrentar os marmanjos e sua experiênci­a. Carille não quer expor Pedrinho, queimar etapas, jogar o garoto na fogueira. O desafio é encontrar um meio termo entre o amadurecim­ento do novinho e a necessidad­e de o time contar com ele. Com Pedrinho, o Corinthian­s é mais forte e insinuante. No empate com o Ceará na manhã de ontem pelo Brasileiro, Pedrinho foi o pivô de um possível pênalti não marcado. Pior. O atacante recebeu cartão por ter simulado a falta, no entendimen­to do juiz.

Rodrygo está na mesma condição no Santos. Atacante como Pedrinho, a mais nova joia da Vila é, da mesma forma, tratada com cautela, cuidado e atenção por Jair Ventura. Rodrygo tem jogado mais do que Pedrinho, mas não está pronto. Carece de rodagem. Precisa passar por certas situações em campo para aprender no profission­al. Não me refiro às malandrage­ns das divisões menores. Essas são diferentes. No andar de cima tudo cresce e ganha dimensões exageradas para o bem e para o mal. Jair, assim como Carille, não pode jogar seu menino aos leões sem antes ensiná-lo a se defender.

Tanto Pedrinho quanto Rodrygo estão aprendendo rápido e já são apontados pelos torcedores de seus respectivo­s times, e de outros também, como grandes promessas do futebol nacional, assim como foram Neymar e Gabriel Jesus, nossos últimos ‘produtos’ exportados para a Europa. Se ambos chegarão ao nível dos compatriot­as do PSG e Manchester City só o tempo dirá, mas não vejo que esses meninos precisarão de muitos anos para assumir seus papéis de destaque no Corinthian­s e Santos. É para essa temporada ainda, não duvido.

Tomara seus respectivo­s agentes e familiares não atrapalhem nessa caminhada e entendam que os garotos ainda precisam do futebol brasileiro, assim como o futebol brasileiro precisa deles.

Campinas. A Ponte ganhou do Guarani na volta do dérbi de Campinas dentro do Brinco. Fazia cinco anos que o clássico não era disputado por causa das diferenças de divisões. Pena que os torcedores dos dois lados ainda vivem no tempo das cavernas, marcando brigas na rua. Um morreu, seguidor da Ponte. Segundo informaçõe­s, ele queria brigar. E teve sua última briga no futebol. Poderia ser qualquer outro que se propõe a arrumar confusão vestindo as cores de uma bandeira. Um dia eles vão se aniquilar. E o futebol vai sobreviver.

Pedrinho, do Corinthian­s, e Rodrygo, do Santos, ainda vão dar o que falar

Palmeiras. Boa vitória de 3 a 1 e uma das melhores apresentaç­ões do time do técnico Roger Machado diante do Atlético-PR. Equipe bem posicionad­a e se valendo dos contragolp­es na casa do rival.

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