O Estado de S. Paulo

Segredos revelados

Em sua segunda temporada, série ‘This is Us’ mexe com as emoções

- Mariane Morisawa ESPECIAL PARA O ESTADO LOS ANGELES

Atire a primeira pedra quem nunca chorou assistindo a This is Us, que estreou sua segunda temporada no Brasil, às 22h15, no canal Fox, com dois episódios por semana – a partir de 16 de maio, todos estarão disponívei­s no aplicativo do canal, para assinantes dos pacotes Premium e Fox+. Até Sterling K. Brown, que ganhou o Emmy e o Globo de Ouro por sua interpreta­ção de Randall adulto, confessa derrubar lágrimas vendo a série. “Choro mesmo”, disse o ator, que já se acostumou também a ganhar abraços de fãs. “As pessoas querem que ele se dê bem, porque é um ser humano adorável. Randall requer que eu seja a melhor versão de mim mesmo”, completou Brown em entrevista ao Estado numa visita ao set, em Los Angeles. Ele não é o único. Mandy Moore, que faz Rebecca, a mãe de Randall (e dos gêmeos Kate, vivida por Chrissy Metz, e Kevin, papel de Justin Hartley), contou que muita gente vem compartilh­ar suas histórias pessoais: “Dizem que a série ajudou a reconectar com o pai. Ou agradecem por contar a história deles. As pessoas veem suas famílias representa­das. É incrível ser parte de algo que realmente tem significad­o para as pessoas em suas vidas, especialme­nte numa época em que estamos sendo forçados a estar de um lado ou de outro. Por uma hora toda semana podemos todos nos juntar e nos conectar e ver que todos temos muito mais em comum que pensamos”.

Isaac Aptaker, um dos showrunner­s de This is Us, disse que a intenção não era virar “a série que te faz chorar, mas acho que as pessoas precisam desse alívio catártico e emocional. Se estamos oferecendo isso, ótimo. Nosso país está em um momento tumultuado, são muitas notícias ruins e muita divisão. Com nossa série, as pessoas poderem chegar em casa e ter a afirmação de que, mesmo que sejamos cheios de defeitos e tenhamos dificuldad­es, a humanidade no fim é boa, e as pessoas tentam fazer seu melhor.”

O segredo de This is Us é combinar um drama familiar como havia muito não se via com uma estrutura não-linear, cheia de surpresas, que a fez ser comparada com Lost – uma relação que vai ficar ainda mais evidente nesta segunda temporada. Mas Aptaker faz uma diferencia­ção. “Estamos revelando coisas que os personagen­s já sabem. Numa série como Lost, os personagen­s descobrem as coisas junto com o público – eles não sabiam que tinha um monstro de fumaça na ilha. Na nossa, revelamos ao público que Jack está morto, mas a família sabia que Jack está morto há duas décadas.” Por isso, ele não tem medo de um dia faltarem revelações do passado dos Pearson. “Por enquanto passamos menos de 40 horas com eles, que têm pelo menos 37 anos de história.”

Alguns dos mistérios da primeira temporada serão desvendado­s na segunda – como a razão da morte de Jack, o pai amoroso de Kate, Kevin e Randall, que foi adotado, e o marido dedicado de Rebecca. Jack é quase perfeito na série, mas This is Us está tentando aos poucos mostrar suas falhas. “A primeira temporada foi a construção da mitologia deste pai e marido perfeito. Mas ninguém é completame­nte bom. A segunda é uma desconstru­ção deste homem. Ele não é um super-herói”, disse o showrunner. Milo Ventimigli­a, que interpreta Jack, acha que “no fim, mesmo quando erra, Jack está fazendo seu melhor”. Na segunda temporada, que começa com o aniversári­o de 37 anos dos três irmãos, novos caminhos se abrem, com o ator Kevin tendo oportunida­de de avançar em sua carreira, sua assistente Kate trilhando algo mais pessoal e Randall pensando seguir o exemplo de Jack e Rebecca e adotar uma criança.

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FOX Empatia. Drama familiar faz público se sentir representa­do

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