EMPRESA VAI À MISSÃO E RECRUTA ENGENHEIRO
Arotina da Missão Paz é intensa também com gente de outras nacionalidades. Em uma das salas dos anexos da Igreja Nossa Senhora da Paz, no Glicério, analistas de Recursos Humanos e representantes de empresas de São Paulo buscam talentos entre os imigrantes e refugiados.
“Analisamos 40 pessoas, selecionamos 12 e queremos contratar 10, em dois grupos de cinco”, contou Mayura Okura, da empresa B2Blue, que trabalha com clientes como AmBev e Pão de Açúcar, na quinta-feira. “Encontramos aqui um engenheiro de ciências da computação”, disse a recrutadora no fim da tarde, ao encerrar as entrevistas com um grupo de imigrantes de Angola, Congo e Haiti.
“Já contratamos cinco pessoas em uma outra vez”, lembrou Mayura. “Foi uma ótima experiência porque são pessoas com muito interesse em avançar”, emendou. “Queremos também identificar aqueles que podem tornar-se líderes no trabalho.”
Desta vez, Mayura procurava operadores de prensa e gente para trabalhar com reciclagem de fábrica. Segundo o padre Paolo Parisi, coordenador do serviço de apoio aos imigrantes e refugiados da Missão Paz, nos últimos quatro meses, pelo menos 33 empregadores contrataram 130 pessoas com a ajuda nos técnicos e voluntários. Ele explica que o processo de encaminhamento dos imigrantes ao trabalho inclui uma palestra intercultural, quando os trabalhadores recebem informações culturais brasileiras e da legislação trabalhista do País.
De 2012 ao ano passado, foram mais de 14 mil participantes de palestras interculturais. De janeiro a abril deste ano, 355. Os dados desse trabalho mostram que o pico do movimento ocorreu em 2014, principalmente com a chegada dos haitianos.
Naquele ano, foram 2.739 contratados por 816 empresas e 4.996 pessoas participaram de palestras interculturais. As tabelas mostram ainda que, em 2017, houve 355 contratações por 68 empresas.