CAPITAL DAS ARTES
Há beleza estética até nas ruas e nos subterrâneos, ao lado do legado de nove séculos
Maiakovski escreveu que “queria viver e morrer em Paris se não houvesse uma cidade como Moscou”. É a melhor definição que encontrei até hoje para o que vi e vivi na capital russa, uma metrópole de 12 milhões de habitantes onde cabem tantos séculos de história quanto ideologias.
Percorrer a cidade com pressa, definitivamente, não é uma opção. Reserve ao menos cinco dias – sete, contando os dias de partida e chegada. Acredite: serão muitas as razões para você prolongar sua estada.
O atual centro político e econômico da Rússia foi hábil em preservar seus nove séculos de história. Uma história que começa por volta de 1146, justamente na região de um dos principais símbolos e pontos turísticos da cidade na atualidade: as muralhas do Kremlin.
Sem dúvida, chegar à Praça Vermelha será um dos momentos mais emocionantes da viagem à Rússia, sobretudo no verão. Se no sol da primavera, sob temperaturas na casa dos 12 graus, os moscovitas já lotam as ruas, praças e parques, imagina na Copa?
Moscou tem muitas feições para além dos emblemáticos tijolos vermelhos de sua praça principal. É aristocrática ao mesmo tempo que se pretende moderna. Com seus shoppings e as lojas de grife da Avenida Tverskaya, a principal, faz acreditar que o capitalismo, ali, sempre existiu. Mas só até que se note, nas ruas, que seus prédios vão do clássico ao construtivista, muitas vezes estampando a foice e o martelo. Ou até a fome nos levar a um restaurante dos tempos soviéticos que ainda vende os mesmos chaburek (pastel) e vodca baratinhos de décadas atrás.
É assim, entre quadros expostos nas fachadas de prédios antigos e arranha-céus, que Moscou se mostra de mil e uma formas.