O Estado de S. Paulo

NO INVERNO, HERMITAGE

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Havia uma enorme construção no meio do caminho. Ocupava um pedaço consideráv­el de uma das margens do Rio Neva, de onde, do outro lado, se avistava a Fortaleza de Pedro e Paulo. Ele era discreto na apresentaç­ão, de tom esverdeado e detalhes em branco e dourado. Seu tamanho e pose imperiais, entretanto, não deixavam dúvidas: aquele só poderia ser o Hermitage, o quarto maior museu do mundo.

Os 233.345 metros quadrados ocupados por ele, um conjunto de edifícios que foram sendo construído­s ao longo de dois séculos, estão em harmonia com seu entorno. Eu não esperava chegar a uma praça tão grande quanto à Vermelha, em Moscou. Mas lá estava a Praça do Palácio para me surpreende­r novamente, com a Coluna de Alexandre I no centro e o Arco do Triunfo ao fundo, ambos recordando a vitória dos russos sobre os franceses de Napoleão e acompanhad­os dos prédios amarelos do Alto Estado Maior e do Ministério dos Assuntos Exteriores.

Principal construção do Hermitage, o Palácio de Inverno foi a residência dos czares russos durante todo o império (do século 18 ao início do século 20). O complexo inclui ainda o Pequeno Hermitage, o Velho Hermitage, o Novo Hermitage e o Teatro do Hermitage – assim, é passeio para um dia inteiro. Se você ficar um minuto diante de cada uma de suas mais de 3 milhões de obras de arte, sairá do museu em 5 anos. Ou seja: não tente ver tudo em uma só visita.

Tudo começou em 1764, quando Catarina II adquiriu a primeira coleção de pinturas holandesas e flamengas para o Palácio de Inverno, construído alguns anos antes, entre 1754 e 1762. Quem assina seu projeto é Francesco Bartolomeo Rastrelli (guarde esse nome, ele aparecerá muitas vezes nos passeios por São Petersburg­o), mestre do barroco.

Como no Peterhof, arquitetur­a e decoração sofreram mudanças ao longo dos anos, dependendo da época e do gosto de seus nobres moradores.

O ingresso custa 700 rublos (R$ 39) e o audioguia, 500 rublos (R$ 28); grátis toda primeira quinta-feira do mês. Site: hermitagem­useum.org.

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FOTOS BRUNA TONI/ESTADÃO Cliques. A selfie é irresistív­el no Hermitage; abaixo, vista da Santo Isaac e o interior da Igreja do Sangue Derramado

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