O Estado de S. Paulo

Bombeiros encerram buscas no Paiçandu

Segundo secretário, as equipes fizeram ‘tudo o que podiam’ em 13 dias de resgate; ainda há quatro desapareci­dos

- JULIANA DIÓGENES

Após 13 dias de trabalho, os bombeiros encerraram ontem os trabalhos de busca por desapareci­dos e retirada de escombros no Edifício Wilton Paes de Almeida, no Largo do Paiçandu, centro de São Paulo. O prédio pegou fogo e desabou no dia 1.º.

No sábado, foram identifica­dos vestígios dos gêmeos Wendel e Werner da Silva Saldanha, de 10 anos. Além deles, foram identifica­das outras duas vítimas, Ricardo Oliveira Galvão Pinheiro, de 39 anos, e Francisco Lemos Dantas, de 56. A mãe dos irmãos, Selma Silva, de 40 anos, e mais três pessoas continuam desapareci­das: o casal Eva Barbosa Lima, de 42, e Walmir Sousa Santos, de 47; e Gentil Rocha de Sousa, de 54 anos.

Filha de Eva, a desemprega­da Evaneide Silveira, de 21, disse que ainda buscará a identifica­ção do corpo da mãe e, posteriorm­ente, o enterro com os fragmentos possíveis. “Sei que minha mãe estava no prédio. Por isso, viva mesmo, eu acho que ela não está. Porque, se estivesse, estaria aqui”, disse. Ela e a irmã, Edivânia Silveira, de 22, já tiraram saliva e coletaram sangue para servir de material de identifica­ção da vítima por parte da perícia.

Eva e o marido moravam no 8.º andar. No mesmo pavimento, ao lado do barraco do casal, residiam as filhas de Eva – Evaneide e Edivânia – e os dois netos, de 1 e de 4 anos. “Queria que o corpo dela fosse achado logo. Aliás, queria que estivesse viva. O Dia das Mães aqui em casa sem ela foi muito ruim. Não consigo pensar”, relatou Evaneide.

Presente no fim dos trabalhos para homenagear os bombeiros, ao lado do governador Márcio França (PSB), o secretário da Segurança, Mágino Alves Filho, afirmou que as equipes de resgate “fizeram tudo o que podiam”. O próximo passo será colocar o entulho de volta no local “para estabiliza­r o terreno”./

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