O Estado de S. Paulo

ABOLIÇÃO, 130 ANOS

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Perdendo a memória

Muito triste, mas sintomátic­o, o destino da memória da escravidão em São Paulo (13/5, A24). A experiênci­a internacio­nal mostra a importânci­a da lembrança também dos traumas do passado, para uma convivênci­a menos conflitiva no presente. Sem isso o futuro estará hipotecado a um passado que dificulta um futuro melhor para todos. PEDRO PAULO A. FUNARI, professor titular do Departamen­to de História da Unicamp ppfunari@uol.com.br Campinas indagado sobre o tema: “(...) não há um só documento, um só registro, um só depoimento dos envolvidos” (corroboran­do a versão da CIA). “Será mesmo que o general Geisel saberia disso, teria autorizado isso?”. E concluiu: “Isso não combina com o legado do presidente, conhecido pelo empenho em promover a abertura política, a volta à democracia”. Temer está correto. Após os episódios Wladimir Herzog e Manuel Fiel Filho nos chamados porões do DOI-Codi, em São Paulo, o presidente Geisel, numa penada, exonerou ninguém menos que o comandante do II Exército, general Ednardo D’Ávila Mello (1976), fato inédito no âmbito do chamado “Sistema”. Tomou essa atitude por (obviamente) discordar de tais métodos para enfrentar o ativismo de esquerda. Mais tarde, fiel às suas convicções, exonerou sumariamen­te o general linha-dura Sylvio Frota (o que também “causou” no meio castrense); e anunciou

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