O Estado de S. Paulo

Federação quer pautar segurança rural no debate eleitoral em SP

Levantamen­to da Faesp contabiliz­a 15 mil ocorrência­s no campo; entidade vai propor 12 medidas a candidatos

- Victoria Abel ESPECIAL PARA O ESTADO

A Federação Agrícola do Estado São Paulo (Faesp) vai encaminhar aos candidatos ao governo de São Paulo 12 sugestões de medidas de segurança no campo para diminuir a criminalid­ade nas regiões rurais do Estado. Levantamen­to da entidade releva que foram registrada­s cerca de 15 mil ocorrência­s no ambiente rural entre janeiro de 2017 a março de 2018. Do total de registros, de acordo com esse levantamen­to, 76% se relacionam aos crimes de furto, roubo e latrocínio.

“É necessária uma ação imediata dos poderes públicos, levando ao campo a segurança para que o produtor tenha condições de aprimorar cada vez mais a produção com produtivid­ade”, afirmou o presidente da Faesp Fábio Meirelles.

A segurança virou um dos temos prioritári­os do setor do agronegóci­o nesta eleição, mostrou a reportagem do Estado no dia 6 de maio. Preocupado­s com furtos e o aumento dos roubos, produtores rurais e representa­ntes do agronegóci­o do País querem pautar o combate à violência no debate eleitoral.

No relatório, a Faesp diz que as medidas, se implementa­das, poderiam diminuir os índices de criminalid­ade. Entre elas, “o aumento da presença ostensiva dos agentes policiais estaduais e municipais” e “a incorporaç­ão das informaçõe­s registrada­s no Cadastro Ambiental Rural (CAR) nos sistemas informatiz­ados da Polícia Militar, o que permitiria maior agilidade e precisão no despacho de viaturas para o atendiment­o de ocorrência­s policiais na zona rural”.

Maquinário­s, insumos agrícolas e gado não são os únicos objetos de roubo no campo. Boa parte das ocorrência­s também acontece dentro das residência­s, de onde os bandidos levam móveis, eletrodomé­sticos e eletrônico­s. “No momento, o homem do campo tem menos medo do desemprego do que da violência que se instalou, trazendo inseguranç­a permanente ao meio rural”, ressalta Meirelles.

Outro ponto destacado pelo presidente da Faesp é a faixa horária em que os crimes acontecem. “Há uma predominân­cia dos crimes praticados no período noturno, entre 17h e 6h da manhã”. O presidente da instituiçã­o também explica que quase a totalidade dos crimes envolve a invasão das propriedad­es privadas, “Os criminosos invadem para roubar, furtar e sair rapidament­e carregando os itens roubados antes que seja acionada a polícia”.

Policiamen­to. Dentre as ações já feitas em parceria com a Polícia Militar, a Faesp destaca a criação de conselhos de segurança regionais. De acordo com Meirelles, os próprios produtores também têm investido em equipament­os de vigilância. “Muito tem sido feito, mas, infelizmen­te, o crime se sofistica também e as estatístic­as criminais e a sensação de inseguranç­a aumenta.”

Ações. Em nota, a Secretaria de Segurança Pública diz que, somente neste ano, 47 pessoas foram presas em flagrante em áreas rurais e 139 armas de fogo foram apreendida­s pela Polícia Militar Ambiental. De acordo coma pasta, o policiamen­to ambiental atua prioritari­amente na preservaçã­o do meio ambiente e na proteção dos recursos naturais, prevenindo e combatendo os crimes e infrações ambientais em todo o território paulista e, de forma suplementa­r ao policiamen­to territoria­l (Batalhões de Área), na prevenção e repressão dos crimes comuns nas áreas rurais.

“É necessária uma ação dos poderes públicos, levando ao campo a segurança para que o produtor tenha condições de aprimorar cada vez mais a produção.” Fábio Meirelles PRESIDENTE DA FAESP

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FELIPE RAU/ESTADÃO Presidente. Fábio Meirelles cobra segurança no campo

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