Washington quer negociar novo acordo nuclear com europeus
Secretário de Estado diz esperar que em semanas se obtenha pacto para lidar com conduta ‘maligna’ do Irã
Os EUA querem trabalhar com seus sócios europeus em um novo acordo para enfrentar a “conduta maligna” do Irã, logo após se retirar do histórico pacto, disse ontem o secretário de Estado, Mike Pompeo.
“Espero que, nos próximos dias, ou semanas, consigamos um acordo que realmente funcione, que realmente proteja o mundo da má conduta iraniana, não apenas de seu programa nuclear, mas também de seus mísseis e de sua conduta maligna”, disse durante programa da emissora Fox News.
“Trabalharemos estreitamente com os europeus para tentar conseguir isso”, acrescentou.
Em entrevista ontem à ABC, o conselheiro de Segurança Nacional do presidente Donald Trump, John Bolton, criticou “os avanços que o Irã realizou com ajuda do acordo, avanços militares convencionais e terroristas no Iraque, Líbano e Iêmen. O Irã realmente avançou desde 2015”.
Em uma ofensiva diplomática, o chanceler iraniano, Mohamad Javad Zarif, iniciou ontem em Pequim uma viagem que também o levará a Moscou e Bruxelas com o objetivo de salvar o acordo abandonado por Washington e proteger os interesses econômicos do Irã.
Depois da decisão de Trump de tirar os EUA do pacto e restabelecer as sanções, “a razão crucial desta viagem é estabelecer o diálogo com as nações que seguem no acordo”, disse Zarif, ao lado de seu colega chinês, Wang Yi.
Teerã. O presidente do Irã, Hassan Rohani, disse ontem que, se seus interesses forem protegidos, permanecerá comprometido com o acordo. Ele afirmou, em comentários transmitidos pela TV estatal, que a saída dos EUA do pacto é uma “violação de valores”.