O Estado de S. Paulo

Juventus é heptacampe­ã na Itália

Equipe de Turim leva 34º scudetto da sua história com feito inédito e confirma domínio estabeleci­do no país

- Rafael Franco

Disparada a maior campeã da Itália, a Juventus garantiu ontem o seu 34.º scudetto. O título coroa o grande domínio que o clube vem estabelece­ndo nesta década no país.

O histórico heptacampe­onato é um feito inédito na Itália e raríssimo no primeiro escalão do futebol europeu. Ao longo de toda a história das seis mais importante­s e tradiciona­is ligas domésticas do Velho Continente, apenas um clube ergueu sete troféus nacionais consecutiv­os: o Lyon, que faturou as edições do Campeonato Francês realizadas entre as temporadas 2001/2002 e 2007/2008.

Ou seja, isso nunca ocorreu na Inglaterra, na Espanha, na Alemanha, em Portugal e na própria Itália, onde somente a chamada “Velha Senhora” fica com a taça de campeã desde a edição 2011/2012 da Série A nacional. O almejado hepta veio em uma semana mágica para o torcedor da Juventus, pois na última quarta-feira o time faturou o seu quarto troféu seguido da Copa da Itália – e o 13.º na história da competição – ao golear o Milan por 4 a 0 na decisão realizada no Estádio Olímpico.

Essa última goleada foi apenas mais uma demonstraç­ão de força de uma Juventus que não deixou se abalar com uma dura eliminação diante do Real Madrid nas quartas de final da Liga dos Campeões e nem mesmo com a derrota para o Napoli, único time que poderia lhe tirar o hepta, nesta reta final do Campeonato Italiano, quando a diferença para o concorrent­e caiu para apenas um ponto na tabela de classifica­ção.

A supremacia imposta pela Juve a todos os seus principais rivais coincide com o mesmo período no qual o clube passou a contar com o seu próprio estádio. Em setembro de 2011, inaugurou a sua nova arena no mesmo local onde ficava o velho Delle Alpi, onde o time mandava os seus jogos e que também servia de casa para o Torino. Um dos palcos da Copa do Mundo de 1990, o local foi demolido em novembro de 2008, sete meses antes de o hoje chamado Allianz Stadium começar a ser construído em uma obra de ¤ 122 milhões (cerca de R$ 516 milhões na cotação atual).

O investimen­to poderia parecer alto em um primeiro momento, mas a Juventus já faturou muito mais do que esta cifra na esteira dos lucros que a confortáve­l e moderna arena, com capacidade para pouco mais de 41 mil torcedores, ajudou a proporcion­ar ao clube que se tornou o primeiro proprietár­io de um estádio na Itália. Por meio de números oficiais divulgados em seu site, a Juve confirmou que na temporada 2016/2017 teve um faturament­o de ¤ 562,7 milhões (aproximada­mente R$ 2,3 bilhões), sendo que ¤ 105 milhões deste montante vieram da venda do francês Paul Pogba ao Manchester United, então a transação mais cara da história do futebol, em agosto de 2016.

Sempre atuando com casa cheia na sua bela arena, que comporta vários restaurant­es, um centro comercial, um hotel e ainda um museu do clube, a Juventus multiplico­u suas receitas com a chegada de novos patrocinad­ores. E apenas com a venda dos naming rights para a seguradora alemã Allianz, em acordo assinado em 2017, garantiu ¤ 10 milhões anuais em um contrato que vai até 2023.

Com a ajuda do seu novo “caldeirão”, a Juventus alcançou ontem a sua 34.ª taça do Campeonato Italiano, quase o dobro do que possuem os rivais Milan e Inter de Milão juntos, com 18 títulos cada um.

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TIZIANA FABI/AFP

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