O Estado de S. Paulo

BC busca redução do spread bancário

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A imprensa tem veiculado que a Selic tem caído, mas que os bancos continuam cobrando 324% ao ano de juros no cheque especial e 334% ao ano no cartão. No Brasil, os cinco maiores bancos controlam 80% do mercado. Ouvi falar que em alguns países a taxa máxima que pode ser cobrada é regulada por lei – e que, na Argentina, é tabelada em 50% ao ano. É verdade isso? Por que será que nenhum congressis­ta brasileiro tem a ousadia de propor algo parecido?

O Brasil, infelizmen­te, vive essa situação de queda da taxa de juros básica de nossa economia, a Selic, e ao mesmo tempo convive com taxas altíssimas cobradas da pessoa física. A Selic caiu entre 2016 e 2018 mais de 54%, passando de 14,25% ao ano para 6,5% ao ano. Mas, a taxa de juros média de mercado caiu pouco mais de 18% nesse mesmo período. O Banco Central tem se mostrado preocupado com a situação e está agindo em algumas frentes para buscar a redução do spread bancário, que é a diferença entre o custo de captação do banco e o que ele cobra do tomador. As justificat­ivas por parte dos bancos é que a tributação local é alta e que o alto custo das operações de crédito deve-se à inadimplên­cia e ao compulsóri­o bancário, acima do praticado em outros países. Recentemen­te, o BC reduziu o compulsóri­o e liberou as fintechs em algumas operações de crédito. Isso deve trazer redução do spread principalm­ente pela criação de mais concorrênc­ia no setor. Vale lembrar que o cadastro positivo ainda está empacado e sua aprovação pelo Congresso será mais um item que vai ajudar na redução do spread. Segundo dados do Fundo Monetário Internacio­nal (FMI), o nosso spread bancário em 2017 estava em 38,40% – mais que o dobro que o segundo país, que é o Quirquistã­o, com 17,07%. A Argentina que está vivendo uma tempestade perfeita em sua economia: lá realmente há limitações, mas, pelo que sei, a Suprema Corte de Justiça da Argentina (equivalent­e ao STF) estabelece­u somente que as taxas aplicadas nos saldos de cartões de crédito não podem ter cobrança de juro acima de 25% das taxas aplicadas a empréstimo­s pessoais. Vários países estabelece­m tetos nas taxas de juros para proteger os consumidor­es da busca de ganho desenfread­o das instituiçõ­es. No entanto, esses controles têm sido específico­s. Exemplos: o Chile tem nove categorias de tetos baseados em tamanho, moeda e prazo. Nos Estados Unidos, os limites são estabeleci­dos pelos Estados. Há também limites na França, Irlanda, Polônia, entre outros. O fato é que uma limitação legal pode trazer mais problemas do que ajudar. A saída é agir para reduzir os entraves do sistema financeiro e buscar a redução da concentraç­ão bancária.

No início de 2019, pretendo fazer um intercâmbi­o. No momento, estou guardando dinheiro na poupança, mas percebo que o rendimento é mínimo. Gostaria de realizar um investimen­to a curto prazo, para que pudesse obter um retorno melhor. Estamos falando de algo em torno de R$ 700. O Tesouro Direto seria a melhor opção?

O importante é você começar a investir, e não o valor que tem à disposição. A sua idade permite que você, com pouco esforço, conquiste muitos objetivos à frente. Como você tem um prazo muito curto para resgatar o dinheiro, não terá ganhos com uma indicação mais sofisticad­a. Entre no site do Tesouro Direto e faça simulação de seu investimen­to. Você verá que a rentabilid­ade obtida não será superior ao da caderneta. Deixe o dinheiro e aplique mais o que puder na poupança. Na volta, após a realização desse seu primeiro sonho, temos diversas dicas para você tornar-se uma investidor­a vencedora.

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