O Estado de S. Paulo

“Um anti-herói em busca de aprovação”, diz Reynolds

Para o ator, personagem não é virtuoso, tem moral flexível, é um “idiota problemáti­co”, mas o público o adora

- / TRADUÇÃO DE CLAUDIA BOZZO

Para Ryan Reynolds, Deadpool é um “idiota problemáti­co” que ri de si mesmo, um anti-herói que busca aprovação” para ser um pouco melhor hoje do que ontem, como nós”.

“Deadpool é um personagem de moral flexível que não quer fazer o bem, mas acaba fazendo-o com relutância; não é virtuoso, não é o Super Homem ou o Capitão América, mas isso é que o torna original, interessan­te, e você gosta dele. Você gosta de um tipo faz asneiras quando o que importa é ser perfeito e dar uma versão melhorada de si mesmo”, disse Reynolds, na semana passada, em Madri.

“Para um ator, é divertido fazer coisas assim, parece que esse tipo de filme não necessita de interpreta­ção, mas eu vejo que eles demandam mais concentraç­ão, mais imaginação e mais convicção”, disse o ator, feliz por ser chamado para filmes de super-heróis aos 50 anos.

“É como Thanos, vilão de Vingadores, ou seja, é como voltar a fazer teatro em Nova York ou reler romances de Ray Bradbury. É como se fosse um músculo que eu pouco usava, mas gradualmen­te me senti melhor entre comediante­s de stand-up e HQs. Pretendo continuar, a menos que este seja um fracasso retumbante”, brincou.

Isso porque as piadas, risos e comentário­s “pouco acadêmicos” recorrente­s no filme também marcaram as respostas para a imprensa. Era o espírito de Deadpool pairando sobre a sala.

Dirigido por David Leitch, responsáve­l por De Volta ao Jogo (2014) e Atômica (2017), entre outros, Deadpool 2 segue o primeiro, lançado em 2016, que provou ser um sucesso popular – arrecadou mais de US$ 837 milhões e boas críticas, uma vez que foi o primeiro filme de super-herói a ser indicado para o Globo de Ouro.

“Deadpool habita um espaço que ninguém mais ocupa, é engraçado, fala diretament­e com o espectador e pensa como ele, rompe a quarta parede e muitas outras barreiras, algo impensável no universo Marvel e DC; acho que eles contam a história do modo que os fãs querem e isso os limita. Por isso Deadpool é mais real”, disse o canadense.

No entanto, Reynolds acredita que “tudo o que é bem-sucedido em Hollywood é copiado até ficar irreconhec­ível”, mas Deadpool não prejudicou “a grande máquina da Marvel”, porque “eles levam uma década fazendo suas próprias coisas e o fazem melhor do que ninguém”.

O filme começa com o personagem arrebentad­o em pedaços após uma tentativa de suicídio provocada pela morte da namorada; seu amigo X-Men recolhe os pedaços e o reconstrói, na tentativa de ser mais um anti-herói a ser incorporad­o ao grupo de mutantes.

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FOX FILMES Amoral. Morena Baccari e Ryan Reynolds em cena do filme

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