O Estado de S. Paulo

No folhetim, os novos heróis de João Emanuel Carneiro

Emilio Dantas e Giovanna Antonelli falam de seus personagen­s, que terão seus destinos marcados por uma tragédia

- / A.D.R.

Quem já não ouviu falar da história do artista que ganhou notoriedad­e depois de morto? Foi inspirado em casos reais que João Emanuel Carneiro traçou o destino de seu mocinho, Beto, vivido por Emilio Dantas, em Segundo Sol, com direção artística de Dennis Carvalho. “Beto é nosso herói, tem um quê macunaímic­o”, descreve o autor. Apesar das atitudes tomadas pelo personagem, que aceita embarcar na farsa de sua morte, Emilio Dantas o defende. “Ele tem uma vontade de não viver mais aquele glamour todo da música, até porque está em decadência. Ele queria ter uma vida simples e, de repente, se depara com a Luzia, que tem isso. Então, quando ele aceita esse plano, é muito mais pela chance de recomeçar tudo do zero”, avalia o ator. “Ele está enganando as pessoas, mas até que ponto também o que as pessoas vão pensar é tão importante assim em relação ao que ele pode viver a partir dali?”

O personagem remete o ator ao início de seu carreira, como cantor e vocalista de banda. A música, na verdade, nunca saiu da vida de Emilio. A habilidade foi incorporad­a à sua carreira de ator, como foi visto no musical sobre Cazuza, em que ele viveu o papel principal. “Fui recordar dos meus tempos de banda, de todos os problemas que a gente passava, é aquela coisa de marcar ensaio, de ter comprometi­mento com a música, fui revisitar tudo isso que já tinha comigo. A questão da Bahia, descobri que eu sabia de tudo de axé dos anos 1990, está tudo na minha cabeça”, diz o ator. A trilha sonora, aliás, deve ser um dos destaques da novela, com grandes sucessos do axé dos anos 1990, revisitado­s ou com novas roupagens.

E, enquanto na telinha, Emilio Dantas se descola da imagem de seu personagem anterior, o traficante de drogas Rubinho, de A Força do Querer, a atriz Giovanna Antonelli retorna ao cenário praiano e ensolarado, a exemplo de sua novela anterior, Sol Nascente.

Interpreta­ndo a batalhador­a Luzia, a heroína de Segundo Sol, Giovanna não vê o personagem Beto como um vilão na vida de Luzia por tudo o que ele lhe causa. “Não vejo dessa forma. O Beto omite sua história no início do relacionam­ento, porque é tudo muito recente. Ele ainda está tentando contornar a situação e pensar na melhor forma de contar para transforma­r a vida deles”, acredita a atriz. “O amor deles nasce da convivênci­a. Da admiração. Um encontro de almas mesmo. Com uma pureza despretens­iosa. E paixão e tesão, claro.”

No meio da trama, como já é de praxe em suas novelas, o autor João Emanuel Carneiro promete uma reviravolt­a na história. E o quanto será difícil para Luzia conquistar essa segunda chance na vida? “Igualmente como acontece na vida real, com muito sofrimento, mas sem perder a leveza, a esperança e acreditand­o sempre”, diz Giovanna. “Acho Luzia muito real e humana.”

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